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Albergue dos danados

Blog de maus e mal-dizer 

2007-03-31


O senhor das pressas. Durante a volta que deu ao bilhar, o senhor dr. Paulo Portas valeu sobretudo pela suspensão de milhafre em que se guardou. Porém, no instante do retorno, pela evidência da ânsia que manifestou - parecia que o CDS/PP estava mesmo para acabar ali ao virar da esquina -, desvaneceu-se o que era o seu capital maior, a aura de ausente e desejado. E isto porque mesmo as personagens de desenhos animados devem ter consciência da sua dimensão e do regime de tempos de entrada e ritmos vigente. O que significa que, até numa bolha como o CDS/PP, a limpo, não é bonito ver alguém armar-se em Dick Dastardly. Nicky Florentino.

Referência



Página do livro dos googlemas. Há coisas, como, por exemplo, a panela de pressão adventista, sobre as quais sabemos mais do que o diabo et cætera, mas não admitimos. Segismundo.

Referência



Penitência comum. Devíamos penitenciarmo-nos por não soltarmos o senhor Prof. Doutor João Carlos Espada hebdomadário que pulsa em nós. Todos. Talvez não fosse bonito. Talvez não fosse sensato. Mas, seguro, seria qualquer coisa. Segismundo.

Referência



Liberdoxias, ii. Em última instância, a perdição também solta. Segismundo.

Referência



Sinfonias para a manhã e para a noite. Primeiro a segunda de Brahms, depois a sétima de Bruckner. Ou vice-versa. Segismundo.

Referência

2007-03-30


Da nação. Entre o ror de recomendações, noventaeseis, constantes do relatório sobre a reforma da Assembleia da República apresentado recentemente pelo grupo parlamentar socialista é evidente a falta de uma outra: a produção de uma caderneta da Panini, cujos cromos seriam as senhoras deputadas e os senhores deputados. Nicky Florentino.

Referência



Antigamente, aos sábados, havia em nós um senhor Prof. Doutor Manuel Maria Carrilho de quando lhe eram as auroras da Bárbara. Semana após semana, confirma-se o logro. O «Ípsilon», suplemento novel do Público, foi anunciado como conjugação dos malogrados «Y» e «Mil-folhas». Mas não é. Continua a ser o «Y», porém associado a pachos que não fazem esquecer o «Mil-folhas». Em suma, foderam-nos. O «Mil-folhas». E nós. Segismundo.

Referência



Liberdoxias, i. O risco pode matar. Mas seguramente emancipa. Segismundo.

Referência



Vertigem. Ele tem um desejo de acelerado, ser proprietário de um bólide que lhe permita entrar no quinto quilómetro ainda dentro do mesmo minuto quando desce a áum. Segismundo.

Referência



Hegel não mora aqui. Que fazer?, se a realidade não é suficiente. Segismundo.

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2007-03-29


Chamem a polícia. Quando era menino deslumbrava-se com o martelo de Thor. Quando maior passou a deslumbrar-se também com o caduceu de Hermes. Mas é daquele martelo que ele tem saudades, porque nunca deixou de crer que é à porrada que muitas vezes as coisas se resolvem a bem e pelo bem. Segismundo.

Referência



Vida real. Autenticamente, agora a vida é um filme, um road movie. Que não é, nunca será, exibido numa sala de cinema. Segismundo.

Referência



Wacky races. Fechado, fugaz, em ritmo de transgressão, a perceber a paisagem a dissolver-se à velocidade do arrasto rolante sobre o asfalto, mais do que compreender ou imaginar, ele sentiu o que é ser uma personagem de Ballard. É isto, a realidade deslocada rapidamente dentro de si mesma, quase sem inércia - a única inércia relevante é o preço da portagem da autoestrada -, a alienação que resulta do excesso de intimidade com a realidade, o encarceramento na hiperrealidade. Segismundo.

Referência



Di-visões e re-visões. Sem prenúncio, tomou-o a necessidade de regressar a Nozick, facto que, por já julgar-se libertário em sobejo, o sobressaltou. Sentiu Dworkin a vigiar sobre o seu ombro direito. Walzer quieto. Rawls à espera, seguro. Berlin, demasiado entranhado, obviamente, foi com ele, garantindo-lhe um equilíbrio mínimo. Porque ser livre é admitir vãos, impactos, diferenças dentro de si. Ir. Ir e regressar. Ir ou regressar. Seja como pêndulo, seja como boomerang, seja sozinho. Segismundo.

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2007-03-28


Página do livro dos googlemas. Isso, simpatias da sexta feira santa, não temos. Aliás, nunca tivémos. Segismundo.

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Tertium genus. Há quem lamba o pêlo. Há quem lamba as feridas. Há quem tenha mais que fazer. Outros, que haja, são indiferenciados. Segismundo.

Referência



Salmo a solto. Falaram-lhe da necessidade de avaliação psicotécnica. Imaginou-se pirotécnico. Sugeriram-lhe acompanhamento psicológico. Imaginou-se demonólogo. Insistiram. Ele disse que gostava de ser dono do mundo. Desistiram. Não do mundo todo, que é muito e grande, do seu mundo apenas. Segismundo.

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2007-03-27


Síndrome de Peter Pan. Os filhos da mamã estabelecem-se nos vinte anos e, se saem, demoram a sair dessa condição de limbo entre a adolescência e a maturidade. Ao mesmo tempo que suspendem o crescimento, renunciam à mãezinha por estilo de vida. Mas sempre que há algum problema, ó mãe!, inscrevem-se na resistência a essa renúncia. O que faz com que o seu crescimento seja ainda mais sinuoso e urgente. Segismundo.

Referência



Ritmo contra mundo. Em regime de resgate, foi áum abaixo, como se Lisboa estivesse quase a acabar. Porém a demora do trânsito foi a do costume. O que, chegado ao destino, teve como consequência uma dúvida, qual é a diferença entre dromocracia e vertigem? Enunciado que, pela elegância analítica subjacente, lhe serviu para iludir a incapacidade de distinguir urgência e estupidez. A estupidez é mesmo assim. Segismundo.

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O jogo da desilusão. Na vida passa-se com frequência da tesão à tensão e não há elegia para isso. Segismundo.

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2007-03-26


Dos dias duros da lavoura dos brutos, iii. Antes os machos assanhados diziam, beija-me na boca e chama-me Tarzan. Agora, com souplesse, roçam-se nas moças e dizem, sou o Jack Bauer, tenho licença para uso e porte de arma e abraso terroristas. Segismundo.

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Dos teus egrégios avós. Nunca houve portugueses grandes. Para tranquilidade maior, também não os há. Valha-nos isso. Segismundo.

Referência



Pai nosso. Deste tugúrio ninguém votou no jogo da galega sobre os dez maiores tugas de todos os tempos. Mas, se o pendor fosse a votar, votariam seguramente no senhor Prof. Doutor António de Oliveira Salazar. Aposta única, sem múltiplas, apenas para apoquentar o espírito do eleito, que, quando em vida, demonstrou não apreciar concursos eleitorais. Seja como for, o fulano caiu de uma cadeira e o caso resolveu-se por natureza. O resto ou é histerese ou é histeria. Amén. Segismundo.

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O reencontro. Pergunta-se quem vem aí? e ouve-se a resposta ninguém. Segismundo.

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2007-03-25


Sob fundo azul e estrelas douradas. Há cinquenta anos que, como antes, Éaco espera os filhos tardios da Europa. Segismundo.

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Acácia, meu amor # xxv. Sob as horas do crepúsculo, a plataforma da savana quase que se recolhe. Torna a quietude ao que, antes, o sol animou. Mas se calha as horas do crepúsculo encontrarem em mim as horas da necessidade, pulsa-me uma vibração forte. Por esse impulso, o meu corpo contrai-se, o modo predador estabelece-se on. Foco um escopo largo, com presas alternativas. Estendo os músculos. Ensaio as garras. A partir de determinado limiar, antecipo o movimento, como no cinema. Uma prolepse. E em silêncio discorro quase uma oração. Necessito de ti, como se a tua carne me fosse uma promessa, justamente por eu ser o destino da tua carne. Eliz B.

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2007-03-22


Lasciate ogne speranza. Quando alguém se condena à memória de uma mulher, não há Virgilio que providencie companhia ou guia para essa descida. Segismundo.

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2007-03-21


Cá em casa?, tudo bem. Muitas vezes muitas vozes verberam o servilismo da RTP ao colégio circunstancialmente em comando administrativo da pátria. Sobre a propaganda que o serviço noticioso do Público presta à Sonae é o silêncio. Segismundo.

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Slogans do campo mártires da mátria, v. Se és verdadeiro, não mentes apenas, mentes a ti próprio, sobretudo por ser essa a verdade. Segismundo.

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Agora. A face é um jogo, um strip de máscaras. Mas há quem entenda que o seu exercício é um simulacro. Se o rosto nunca é visível, a revelação possível através dos espelhos ou dos olhos alheios é uma fantasmagoria. Ou seja, o caso não é a invisibilidade, é a velação, a batota. A evidência assenta sobre a malha de um labirinto reticular, o que faz os reflexos serem imagens diáfanas, espectros. Neste sentido, a identidade não é essencial, é uma constelação espectral. Muitas caras, vários eus, formas diferentes armadas e arrumadas na mesma matéria, o corpo, corpo único. O que significa que a pessoa, cada um de nós, é a punção através da qual os fragmentos de si se combinam e, por essa combinação, se reflectem ou mostram. Porém, se assim é, não são fragmentos, são estilhaços. E não são de si, são de antes. De quando os olhos estiveram fechados. Segismundo.

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2007-03-20


“Por eu não ser branco como ela”. Depois das palavras do senhor José Hélder do Amaral, no CDS/PP o problema é o que sempre foi, de detergente. Nicky Florentino.

Referência



Manual de reificação. Segundo Bourdieu, mais do que o sentido de realidade, fundamental é o sentido prático, porque o sentido de realidade é indefinido. Ou seja, na prática e pela prática, o sentido de realidade é um sentido de realidade. Segismundo.

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Contra relógio e o resto do mundo. A pergunta «a que horas começa o dia?» é um modo de enganar ou de apreciar enganadamente os modos e os ritmos de vida. Porque o meu dia é o «meu» dia, o teu dia é o «teu» dia, o seu dia é o «seu» dia, não há o «nosso» dia. E, não havendo o nosso dia, não há o dia. Há dias. Como este, em que ele descobriu um poema de António Ramos Rosa com o título “Para Boaventura de Sousa Santos”. Por isso, hoje, qualquer que seja a hora a que acorde, ele decidiu não dizer «bom dia». Segismundo.

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2007-03-19


O conto do monte de Óbidos. Isto é uma fábula, nada mais do que uma fábula. Havia um canil. Um dia, para escrutinar a administração do canil, houve eleições. As matilhas organizaram-se, mobilizaram-se, dividiram-se por cores e doutrinas, cumpriram o folclore canídeo próprio deste tipo de circunstâncias. Muita corrida, muito ladrar, muito latir, muito uivar. Apurado o resultado, houve um cão que, por a sua matilha ter obtido um score eleitoral que não lhe permitiu continuar a alcandorar-se na administração do canil, abalou. Antes, porém, enterrou um osso, acautelando a hipótese de querer voltar a roê-lo. Depois enrolou-se e, de quando em quando, lambeu o próprio pêlo. Em solidariedade, outros foram-lhe lambendo o pêlo também. Na frente atlântica, o mar batia em Cortegaça e dissolvia o chão do canil. Nada de novo ou muito novo. Até que, entretanto, ao cão, aquele, tornou a vontade de roer o osso. E aconteceu que precipitou-se para o local onde sabia que o havia enterrado. O problema foi que, ao chegar lá, viu o osso entre as mandíbulas de outros cães. E começou a disputa. Não há latidos. A hora, agora, é de rosnos. Mas só numa casota. Enquanto não haja mordidas, o canil permanecerá sossegado. E cada cão uivará à sua lua, au!, auuuu!, auuuuuuuuuuuu!, lamentando a sorte de ser cão como os outros não são. Nicky Florentino.

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Porque um partido político é um partido político, iii. Sobre a calha moralista do senhor dr. Paulo Portas há pouco a acrescentar. Ele já disse alfa, já disse ómega, já disse o diabo e o menino Jesus na mesma oração e não veio daí qualquer mal ao mundo. O problema, portanto, não é de moral. Também não é de política. É de sanha. Sanha de radical. O que permite perceber que o raio daqueles fatinhos com risca, à lord, que a criatura usou, afinal, eram camuflados. Nicky Florentino.

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Porque um partido político é um partido político, ii. Do que se sabe, o CDS/PP é tipo GNR, pela ordem e pela grei, com um imaginário povoado de faina e lavoura, campinos e pegas de cernelha, feiras, mercados, romarias, salões de chá e galas, vinho tinto do Douro, automóveis de estirpe e motos para água. Entre a seita, de extracção selecta, não se arremessam cadeiras, não se destrói património, até porque isso poderia caro. O hotel era de cinco estrelas. Soltam-se apodos, ofendem-se honras e glórias. Berra-se, pateia-se, à moda antiga. Porquê? Sobretudo porque o senhor dr. Paulo Portas está cheio de pressa, parece que não pode esperar. Situação agravada pelo facto de, agora, ao fulano ninguém emprestar um Jaguar. Nicky Florentino.

Referência



Porque um partido político é um partido político, i. Presumindo que o Conselho Nacional do CDS/PP congrega a nata da seita, é bonito saber que nesse conclave há quem saiba comportar-se como díscolo, embora nas margens da compostura burguesa e conservadora, trajando pullover da Lacoste ou etiqueta elegante equivalente. Nicky Florentino.

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Dos dias duros da lavoura dos brutos, ii. James Bond é uma espécie de MacGyver que usa gravata, Jack Bauer é simplesmente o Jack Bauer. Segismundo.

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Via final. Uma falésia, um retalho de memória. Mas no retrovisor não se encontra a face de Borges, mesmo que fosse Borges a olhar. Segismundo.

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2007-03-18


Estação onírica. Reencontros improváveis em lugares improváveis. Soluções estranhas para situações banais. A vida é um treino para os sonhos. Segismundo.

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Acácia, meu amor # xxiv. Às vezes, o mais difícil é ser quem se é, simplesmente ser-se. Porque, depois, vem a pergunta «onde é que estás?» e a essa interrogação não pode responder-se com sinceridade, porque estar é ser difícil. E o mundo - ai, preguiça, que moras em mim - é muito grande. Eliz B.

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2007-03-17


Valhöll. O senhor mister Jesualdo Ferreira ou padece de dissonância cognitiva ou não sabe o que diz. Nicky Florentino.

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Patentes. Foi anunciado que as chefias militares admitem não cumprir os ditames pronunciados por tribunais civis. Compreende-se. Sem disciplina nas forças armadas não há estado de direito democrático. Por isso, a desconsideração de uma das sedes institucionais do estado de direito democrático parece um bom caminho para preservar esse mesmo estado de direito democrático. Nicky Florentino.

Referência



Agenda primavera (adenda). Cinco de Abril, Lisboa, Maxime, vinteetrês horas, Faun Fables + Bonnie 'Prince' Billy. Onze de Abril, Lisboa, B.Leza, vinteeduas horas, Panda Bear. Dezoito de Abril, Lisboa, Lux, vinteeduas horas, Patrick Wolf. Dois de Maio, Lisboa, Aula Magna, vinteeuma horas, Joanna Newson. Trintaeum de Maio, Lisboa, Cinema São Jorge, vinteeduas horas, Andrew Bird. Segismundo.

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Arqueologia. Passado algum tempo, provavelmente por excesso de intimidade, muitas coisas deixam de ser coisa, transformando-se em lugar. Segismundo.

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Livrete dos ilustres, # i. Chama-se Pedro Pã. É rústico nos modos. Muitas vezes brusco, quase sempre sincero, não raro mobiliza vocabulário deselegante ou ordinário. Recorrentemente sente desconforto nas sessões de salão académico que frequenta, mais por necessidade ou sugestão do que por vontade. Não sabe o que é o surrealismo, nunca ouviu falar sobre epistemologia ou hermenêutica. Na sua modéstia, julga que a realidade é uma senhora muito séria, vestida com sobriedade, que se manifesta com clareza e é compreendida por todos de igual modo. Não conhece pessoalmente essa senhora. Também não necessita. Guarda rebanhos. Sabe ordenhar cabras. Eliz B.

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2007-03-16


No sítio do pokémon amarelo. Em muitas circunstâncias, ser português é ser tártaro. É normal haver museus meio abertos. É normal o senhor dr. Jorge Neto, senhor deputado do PSD, participar no processo da OPA sobre a PT enquanto senhor advogado não se sabe bem de quem e, na Assembleia da República, interpelar o senhor presidente da Autoridade da Concorrência, acusando-o de parcialidade. É normal a vertigem dos media e dos gentios em torno do rapto de crianças. É normal o senhor dr. Paulo Portas ditar o modo que melhor lhe convém enquanto via para ser alcandorado em senhor presidente do CDS/PP. É normal o senhor ministro de Estado e da Administração Interna manifestar a sua ignorância ou o seu cinismo sobre o que é a vigilância tardo-moderna. É tudo normal, inclusive o que não é normal. Nicky Florentino.

Referência



Gramática das coisas chãs e das coisas levantadas. A mãezinha dele olhou de soslaio para um livro editado pela & etc. que tem na capa as expressões «o bluff surrealista», «o ópio» e «o suicídio», entre outras. Olhou-o como se renunciasse a ele e a obrigasse a cuidados. Ao mesmo tempo, pegou na Bíblia, que estava ao lado desse outro livro, passou a palma da mão sobre a sua capa, como se lhe rogasse perdão, e colocou-a sobre a secretária. O outro livro, esse, deixou-o onde estava, no mesmo chão onde colheu a Bíblia. Segismundo.

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Curto. Chamar circuito ao mundo. Segismundo.

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2007-03-15


Ontologia política. Não há estado de direito democrático sem forças armadas. Não há forças armadas sem disciplina militar. Isto, não há..., é conversa do senhor ministro da Defesa Nacional e de outros. Mas que não há? Não há como não há nenúfares nos roços no alcatrão da áum? Não há por não poder haver? Ou não há por não dever haver? Nicky Florentino.

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O voo de quando a volta. No regresso, a guarda sonora será pela Sinfonia, de Luciano Berio. Para descobrir a diferença entre Boulez e Eötvös. Segismundo.

Referência



The mind is a terrible thing to taste. Acordou, mal dormido, corpo cavado, quase chão. Olhou o primeiro mundo por cada um dos olhos, alternadamente. Estava tudo como quando adormecera. Contra a vontade, mas por vontade também, levantou-se. Encerrou-se na cápsula automóvel. Voou baixinho até à capital. Ministry, quase a nível de provocar surdez, serviu a banda sonora do voo. Modo de, sem pronunciar, desejar que o mundo, o mundo inteiro, se foda. O facto de ser parte do mundo e estar no mundo não é motivo suficiente para aplacar esse desejo. Segismundo.

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Kiss. A ideia era simples, preservar algum silêncio e, através dele, garantir a harmonia da circunstância. Ele não falaria sobre Edward Hopper ou as cabeças de Francis Bacon, o outro não falaria sobre João César das Neves ou João César Monteiro. Ele não invocaria Wittgenstein, o outro não mencionaria Casares ou Sebald. Ele não dissertaria sobre Mandrake, o outro escusar-se-ia a qualquer análise do carácter ou da personalidade do mister Mourinho. Ele não colocaria perguntas estranhas, em que é que isso é diferente de um cão e de uma pedra?, o outro não sugeriria a necessidade de um ângulo sociológico para decifrar o último filme de Verhoeven, Zwartboek. Ele calar-se-ia sobre Artaud, vozes e consequências do suicídio, o outro não aludiria a deus ou a Carice van Houten. Segismundo.

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2007-03-14


Castro e Caldas. Excepto no que concerne à mercearia dos votos, a realidade nunca foi muito importante para a generalidade dos partidos políticos. Quanto a isto o CDS/PP é um exemplo paradigmático. Lá em casa ia tudo muito bem até que alguém se esqueceu de perguntar: mas o senhor dr. Ribeiro e Castro existe mesmo? Nicky Florentino.

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Exercícios para liberal old fashion, i. O problema é este. Num restaurante alguém está a fumar próximo de outrem. Outrem evidencia o seu incómodo, manifesta-o. Alguém não apaga o cigarro, a cigarrilha, o charuto, o cachimbo, o que for. No momento, outrem resigna-se, não por fraqueza, por cortesia circunstancial. Alguém, depois, volta a fumar outro cigarro, outra cigarrilha, outro charuto, outra cabeça de cachimbo. Que fazer?, sem introduzir o estado ou cuspo na equação. Segismundo.

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Slogans do campo mártires da mátria, iv. Descansa, porque ou és deus ou és patego. Segismundo.

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Nojo. Este é o perfume da pipa apocalíptica. Segismundo.

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2007-03-13


Escala de Goffman, i. A gente puta conhece-se pelo modo enganado como se joga autêntica para os outros. Segismundo.

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Café Baudrillard. Para onde procuras uma sequência, eu proponho um paradoxo. Para onde exiges unidade, eu ofereço fragmentos. Onde necessitas posição, eu disponho deslocamento. Por isso tu repetes, eu troco. Tu vences, eu insisto. Tu dominas, eu levanto-me para cair. Sob estes regime e jogo, será assim a nossa comunidade e a nossa falência. Segismundo.

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Num quarto escuro do Warren Milks hotel. Para desligar o surround de demónios que lhe aflige a cabeça, um dia suicidar-se-á. Invocará a necessidade de libertar-se da vida e de sentar-se sobre a sua fortuna. Invocará a necessidade de não tornar a olhar para trás. Sente que os espelhos lhe traem a beleza. Já tentou fechar os olhos, mas não surtiu efeito. Os reflexos persistiram na sua memória, consolidando-lhe a sensação de os retrovisores não serem justos. Portanto, um dia suicidar-se-á. No entanto, a perseguição da decadência não terminará com o suicídio. Após a sua morte, os bichos comer-lhe-ão a carne. O Marquês.

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2007-03-12


Horizonte demasiado. O limite de qualquer problema não surge quando alguém é incapaz de relacionar-se com a realidade. Surge, sim, quando as modalidades de revestimento simbólico da realidade se esgotam ou se tornam irreconhecíveis e, pela exasperação que se junta à incapacidade, deixa de ser possível a evasão. O autêntico e o simulacro reencontram-se. A tragédia consuma-se. O fim deixa de ser final. Segismundo.

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Operação strip. O João chamou-lhe «cappuccino num albergue de danados». Nós chamamos-lhe «um exercício de strip, u-u». Segismundo.

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Dos dias duros da lavoura dos brutos, i. Deus está para Jack Bauer do mesmo modo que Jack Bauer está para ninguém. Segismundo.

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Crónica de uma vida et cætera, iii. Deus disse, falar de amor é estranho. Escrever sobre amor, como tu fazes, é ainda mais estranho. Porque, presume-se, o amor é uma torrente não verbal, mais do que dispensa palavras. Ela olhou-o. Depois desviou o olhar, como se o ignorasse. Deus insistiu, o amor é um fruto, como a nêspera, percebes? Eu comi esse fruto e, por isso, agora, amo-te. Ao mesmo tempo estendeu uma mão, tentando alcançá-la. Ela tornou a mordê-lo. O Marquês.

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2007-03-11


O senhor da fraude. O senhor eng.º José Pinto de Sousa é um produto das condições e circunstâncias da política pátria. Investe e joga a simulação de uma autenticidade que não corresponde às políticas prosseguidas, não tanto por ser uma criatura que necessita aparentar as suas magnificentes propriedades - que manifestamente não tem -, mas para corresponder à ilusão pública e necessária de si. O truque tem tanto de velho quanto de sabujo. Há muitos, muitos anos que Marx escreveu sobre a alienação e Weber escreveu sobre a dominação carismática. Nada de novo, portanto, excepto a teelvisão, que facilita a dramatização e a difusão do engano. Nicky Florentino.

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A vida quando não somos tão qwerty


© Jim Jarmusch,
cena de Coffee and Cigarettes - Tom Waits & Iggy Pop
Segismundo.

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No tabuleiro de xadrez. O amor é um cavalo estranho, nem branco nem preto, que joga em saltos estranhos também. Segismundo.

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Acácia, meu amor # xxiii. O império do sol tem um efeito combinado em mim, anima-me e assenta-me. Numa parte longa da demora, da tarde, triunfa-me a preguiça, o descanso. O corpo sente-se e ressente-se, mantendo-se reserva. Quase como se fosse uma flor, limita-se a receber a energia tonificadora da luz. Pela fotomassagem, a sesta conforma-me ao regime da necessidade. Conforma-me também a ti, ao teu corpo, onde me guardo. Depois bocejo, estendo os membros, preparo-me para a penumbra. Mas não já, meu amor. Porque agora ainda persiste a preguiça. Hoje, a noite pode esperar. Hoje, faço o meu tempo. E faço-o contigo, meu amor. Eliz B.

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2007-03-10




O mar que bate em Cortegaça e nos leva o chão.
Ó Francisco!, aqui, ordenam as regras da boa e santa casa da pradaria, é tudo para levar a sério. Rir é um pecado mais do que mortal. Sorrir é pôr em causa os suportes e os termos mais elementares da vida. E da puta da vidinha também. Não pode ser. É como os gajos e a moça da propaganda da Dolce & Gabbana sobre a qual se tem manifestado tanto melindre e lavrado para aí tanta prosa. Pelos indícios, os gajos, como mastins, estão para comer a moça. Ora, porque isto é tudo muito sério, devemos denotar apenas. E salivar como os cachorros de Pavlov. Ou, então, abrir a jaula e guardamo-nos lá dentro. Sejamos sérios!, sérios apenas e só. A felicidade dos tristes vem logo a seguir. Segismundo.

post-scriptum. achtung! ó verdadeiros e sem desvio!, a imagem de promoção da Dolce & Gabbana a que foi feita alusão não é a que está exposta no princípio aposta anterior. optou-se por estoutra porque, seguindo a sugestão desse farol para a via única chamado Feyerabend, parece mais «seja o que deus quiser». e, pela aritmética do que é visível, é paritária. mas também pode ser tudo do mesmo género. e há prova disso.

Referência



Postais de Filisteia. Mika?, não me fodam. Milka, isso sim, come-se. Segismundo.

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Crónica de uma vida et cætera, ii. Ela disse, sabes?, os olhos marcam o engano. O movimento delicado, o deslize suave, a escusa encenada, todas estas manobras não iludem a mentira. Olhos nos olhos, ela aí está, demasiado presente, a mostrar-se. Um segredo, a mesma traição. Uma necessidade não avisada, o mesmo erro. Não falha a emoção. Também não falha a omissão, o engano. Que fazer?, esta é a pergunta que não te coloco, que não posso colocar-te, porque não é possível exigir-te lealdade. Ninguém nasceu para ser leal. Para além disso, sabes?, olhos nos olhos, não enganas, enganas-te. A perfídia é a consequência desse facto. E não são as lágrimas, as tuas ou as minhas, que a lavam. O Marquês.

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2007-03-09


Por um partido político apetecível. O senhor dr. Paulo Portas talvez não seja farsante. Mas, se não é, poderia pantomimar melhor. Ou, pelo menos, cuidar com drama mais adequado a confecção da vichyssoise da seita. É que, na teelvisão, sem o barrete de chef, a pose de manjerico sem vaso ai-que-eu-sou-tão-salvador-que-até-me- repito-no-cozinhado-que-há-uns-anos-atrás-por-dever-e-honra-servi-ao-então-meu-mui-e-querido-amigo-o-senhor- dr.-Manuel-Monteiro não convence. Nicky Florentino.

Referência



Pouvoir sur scènes. Actualmente a política é o exemplo paradigmático do reality show. É quase tudo a fingir - como na célebre paródia entre o macaco e a mãe - e transmitido em diferido. No entanto, por sugestão, na teelvisão tudo parece autêntico e em directo. Isto não significa, porém, que os gentios sejam enganados. Porque são espectadores, os gentios testemunham e, enquanto testemunhas, confirmam o simulacro como realidade. Neste sentido, o logro é a realização dos gentios. O que, enquanto realidade, é preferível à alternativa: a inscrição na consciência da respectiva miséria. Nicky Florentino.

Referência



Pormenores. O intrigante álacre de outrora - conforme confissão recente do próprio -, o senhor eng.º José Pinto de Sousa, esquivou-se a comentar o primeiro ano de mandato do fulano em senhor presidente da República. Disse a criatura: “não faço nem contribuo para esses comentários”. Consta que não utilizou o advérbio de modo «publicamente». Mas, por princípio de algodão, talvez devesse ter usado. Nicky Florentino.

Referência



O mostrengo não é órfão, mas a vida continua. Vai para trezentosesessentaeseis dias que, na sequência de um concurso eleitoral, o senhor Prof. Doutor Aníbal Cavaco Silva está alcandorado na honra de senhor presidente da República. A sua eminência parda paira como uma asa de milhafre sobre a pátria. Ninguém discute a sua autenticidade ou a sua ideia. Entretanto, o fulano reserva-se em recato esfíngico - tipo: «deixa-os pousar» -, porque adiante há mais um lustro que é necessário ir garantindo. É assim, com pele de manso que não é de cá, que também pula o lobo. Nicky Florentino.

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Marvel e la la la la la l’America. Morreu Steve Rogers. O que é que isso interessa?, se, antes, também Clark Kent morreu e, depois, ressuscitou. Os super-heróis são Jacks Bauer com fardas carnavalescas, nunca morrem para sempre. Segismundo.

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Soulounge. Por instantes, todas as vozes acontecem a uma só voz. A condição comprime-se no sangue, em solução ainda mais concentrada. Dói a alma. Cai o corpo. Mas o que se espera de um rapaz é que seja osso sobretudo, não espírito ou carne. Segismundo.

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Como o outro. Deixai vir a mim as criancinhas, também disse o senhor de Montmorency-Laval. O Marquês.

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2007-03-08


Stress pós-traumático. Ontem ele viu Sharon Stone a representar o papel de uma cabeleireira em Bobby, realizado por Emilio Estevez. Entre as rugas, reconheceu-a pela voz. Segismundo.

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I make money like Fred Astaire. * Que fazer?, vai uma aposta?, quando alguém afirma que o senhor dr. Arnaldo Matos, porque foi assassinado ainda durante o regime antigo, não é o senhor dr. Arnaldo Matos. Segismundo.

* verso da canção “Take you on a cruise”, dos Interpol, incluída no álbum Antics (Matador Records, 2004).

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Página do livro das sentenças, xxxv. A teelvisão é uma jaula que encarcera não quem está lá dentro. Segismundo.

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2007-03-07


O princípio do fim. Portugal não é pátria que se recomende. Provavelmente nunca foi. Porém, agora, mais do que nunca, a reserva rectangular da família Cartwright roça o estupor. Atente-se. Que o senhor presidente da República tenha revogado um indulto natalício apenas porque, afinal, quem o havia merecido estava foragido é o que é. Revogar um indulto a alguém que, antes, se tinha auto-indultado é um exercício de contorcionismo desnecessário. Poderá ficar bem no papel, mas, sobeja a evidência, é um acto redundante. Mas isto é quase nada, comparado com o facto de o senhor dr. Arnaldo Matos, outrora grão educador das massas proletárias, ter sido constituído defensor de um antigo presidente de câmara municipal madeirense acusado de corrupção. Porque onde alcança a rivolução começa o fim. Poderá parecer contraditório. Não é. Pois, se há modo eficaz de contribuir para a decomposição da farsa do estado capitalista-bourgeois, esse modo passa pelo patrocínio e pela exploração das suas próprias contradições até ao limite da insustentabilidade. Nicky Florentino.

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Condição e serviço de urgência. Jack Bauer é uma fraude. É uma fraude não pela sua improbabilidade, mas pela probabilidade da condição de quem é telespectador. Segismundo.

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Slogans do campo mártires da mátria, iii. A escolha é tua, ou desistes ou torturas o corpo até à desistência. Segismundo.

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O holocausto está diferente? Tomada mais noite do que a própria noite, a cidade devolve-nos como totem caído. Sem imitação, sem repetição, as vozes ficam, como se fossem a única parte sobreviva da queda, e continuam a possibilidade de acordar. Segismundo.

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2007-03-06


A fatalidade de um nome. Quinze anos após la grève des évènements, a morte de Baudrillard é simulacro?, hiper-realidade? Segismundo.

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Da hora da penumbra à hora do lobo. O corpo que reclama luz é o mesmo que reclama sombra é o mesmo que reclama traço e linha é o mesmo que não se vê é o mesmo que procura o destino da e na invisibilidade é o mesmo que derrapa no sangue é o mesmo que. Segismundo.

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Bigmouth strikes again. Somos todos tão o mesmo que surpreende a necessidade de nos diferenciarmos por nome e por número. Seja como for, a grande máquina não se faz rogada. Assim, dados, agarra-nos melhor nos impressos. Segismundo.

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Crónica de uma vida et cætera, i. Deus disse-lhe, vou ser sincero contigo, de mim não esperes lealdade. Ela replicou, de ti não espero lealdade, também não a quero, basta-me a tua carne. Por instantes foi o silêncio. Deus aproximou-se. Ela mordeu-o. O Marquês.

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2007-03-05


Nostalgia e o esplendor de Portugal. Uma excursão de anti-fascistas ufanos foi a Santa Comba Dão animar uma manifestação contra a pretensão de instalar aí um museu alusivo ao Estado Novo, por poder constituir-se como lugar de peregrinação para os simpatizantes da causa salazarenga. Parece que, entretanto, exaltaram-se os ânimos. A GuardaNacionalRepublicana ocupou o terreiro para separar facções. E, a propósito, guardado no seu descanso sepulcral, o cadáver do senhor Prof. Doutor António Salazar mereceu evocação e tempo de antena. Pelos zombies, uns e outros, o que um morto é capaz de fazer. Isso e a ausência de trambelho. Nicky Florentino.

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A espera dos simples. Para nós é o tempo. Por nós é o tempo. Não, nunca, a eternidade, porque é muito tempo. Segismundo.

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Blues do dia. Sem escolha, “(antichrist television blues)” e “No pussy blues”. Segismundo.

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Carver contra Carver. A necessidade de sangue consome e processa quem a padece. O que faz da vida um jogo a perder pelos outros. Quando não faz, melhor seria que fizesse. O Marquês.

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2007-03-04


Rádio actividade. E, porque há dias, um dia acontece a ressurreição não autorizada do caso «os monstros são nossos amigos». Segismundo.

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Economia da paciência. É assim, ai o caralho é o primeiro indício de impaciência e até logo é o segundo, sendo que entre os dois é raro haver demora estugada. Segismundo.

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Acácia, meu amor # xxii. Sabes?, meu amor, às vezes não consigo diferenciar nostalgia e preguiça. Parece que tudo se conjuga em mim, em simultâneo e indistintamente. Nessas ocasiões protejo-me na sombra, do calor e dos outros. Contrato a solidão para companhia mais próxima. Esqueço a savana, as corridas, o cheiro da terra e do sangue, a música das tardes lentas, o ritmo do cerco. Enquanto permanência, tu e a tua guarda são as minhas únicas certezas. Ausento-me, suspendo os olhos, os sentidos. Os meus olhos a contraluz, a brilhar, esqueço-me deles, se o sol não os golpeia. Serão bonitos?, os meus olhos, ou serão apenas a guia da necessidade que me preenche? Eliz B.

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2007-03-03


Linhagem. Alguém, a primeira vez é sempre assim, mas, e depois, a partir daí... Segismundo.

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O senhor filisteu. Recorda uma canção com o verso I live among the creatures of the night. Recorda igualmente uma canção, outra, com o verso You´re a creature of the night. Mas não consegue escolher uma das hipóteses apenas, Laura Branigan ou Sandra. O desgosto não permite. O suicídio também não deveria permitir. Segismundo.

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2007-03-02


Provimento por conta. Se é metáfora, é má metáfora fazer equivaler a última manobra a que o senhor dr. Paulo Portas deu publicidade a uma operaçãopúblicadeaquisição sobre o CDS/PP. Porque a aquisição implica pagamento. E não consta que o fulano tenha intenção de pagar o que quer que seja. O que se sabe é que ele deseja tornar a ser entronizado em maioral da confraria democrata-cristã/popular. Sem custo. Sem juros. E com spread de zero porcento. Nicky Florentino.

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Contracólitos. Em reacção à declaração de ontem do senhor dr. Paulo Portas, disse o senhor presidente do CDS/PP: “quero um partido de construtores, não um partido de seguidores”. Ou seja, pretende o senhor dr. Ribeiro e Castro que o CDS/PP seja uma seita de Bobs. Nicky Florentino.

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Il trillo del diavolo. Muitas vezes ele recusou como soirée o programa «gaja boa, violino e orquestra». Porém, porque a estupidez não é assim tão fatal, não é recusa que seja eterna. Segismundo.

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Ecúmena. Aquando a última vez que visitou Schopenhauer e Kierkegaard ele prometeu regressar. Por nenhum motivo especial. Apenas porque, admitiu ele, os sangues compreendem-se. Segismundo.

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2007-03-01


Do clã destino. O senhor dr. Paulo Portas é um senhor cheio de oito horas. Nicky Florentino.

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A maternidade enquanto perseguição post-parição. À hora de almoço ele telefonou ao mano velho a conceder-lhe os parabéns por mais um aniversário. Levezas de família. Ao mesmo tempo, para que constasse em sede maternal que é temente da estirpe - e que não desprezou o conselho -, aproveitou para rogar-lhe um favor, que informasse a senhora sua mãezinha que o irmão não se esquecera lhe apresentar os parabéns. Segismundo.

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Manuel de identidade, ii. Ele padece de uma alegria estranha, a memória de muitas vezes ter sido destino da sentença «tens a mania que és doutor, mas tu fodes-te». Segismundo.

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Voxtrot. Ressurgem as vozes, as do costume. Sem alvará ou aviso, saem do abafo, soltam-se, difundem-se dentro do silêncio interior e corporal, instalam-se. Ao princípio não são nítidas. Mas após algum tempo, paulatinamente, distinguem-se dos ruídos do cerco, tornam-se precisas. No fundamental, quando apuradas, tais vozes são a expressão da culpa tomada em pronúncia, culpa não calada. Decorre daí o seu maior poder de assombro. Porque invisíveis, sem forma perceptível, sem substância tangível, não há defesa contra o demónio que essas vozes são. Consequemente, se não há essa defesa, não há redenção em relação à culpa que enunciam. Segismundo.

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2003/2024 - danados (personagens compostas e sofridas por © Sérgio Faria).