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Albergue dos danados

Blog de maus e mal-dizer 

2007-12-31

Projecto para uma espécie de paz perpétua. Ao que, como Kant, poderia ter chamado Zum ewigen Frieden. Ein philosophischer Entwurf, Jean-Jacques Lequeu chamou cratère d’une fille adolescente animée de désir déréglé: elle est couchée sur le dos les deux cuises levées et bien ouvertes, de manière qu’on voit le pucellage forcé. É mais ou menos o mesmo que, em português e por extenso, será doismileoito. Segismundo.

Referência



Escala de Mauss César das Neves, lxxi. Ninguém dá conta do prejuízo. Segismundo.

Referência



O princípio do fim, ii. Como estão as tuas coisas? Mal. E tu? Pior. Talvez seja melhor travares. Ou desligares. Off no botão, percebes? Deixa as coisas acontecer. O fim é inexorável. Mas lava as mãos, primeiro, para estares preparado. Já experimentaste voar sem asas? E sem coração? É igual, não te preocupes. Não, o dealer não passou por aqui. É a época de saldos, ele nunca passa aqui na época de saldos. Está bem, está bem, apresenta-se uma reclamação amanhã. Se preferires, pode ser apresentado um dossier. É como quiseres. Já estás a ver os veados? É porque a anestesia está a começar a fazer efeito. Os coelhos devem estar a aparecer não tarda. Podes entreter-te a contá-los. Não, é normal. O mundo já começou a acabar. Agora é a continuação apenas. O Marquês.

Referência

2007-12-30


Escala de Mauss César das Neves, lxxi. Ninguém dá à nora ou ao genro. Segismundo.

Referência



Página do livro dos equívocos, xiv. Cevada, Chick Corea e centeio. Segismundo.

Referência



Responso. Ó Jack Bauer, olha a sinusite a grande filhadaputa aqui, mata-a, mata-a. Segismundo.

Referência



Livrete dos anjos sujos, vi. Hugo Glück amou sem medida uma mulher uma vez apenas. Nessa ocasião, acariciou-lhe a face com as mãos e beijou-a. Ao princípio ela resistiu, depois deixou acontecer o caso. Com a continuação, um e outra empolgaram-se. Ele colocou as mãos sob a blusa dela, encontrou-lhe as costas e puxou-a para si, apertando-a contra o seu peito. Ela tentou o mesmo, desfraldou-o, mas não conseguiu. Dispondo-se a remediar o caso, ele foi à cozinha, pegou um cutelo e regressou ao quarto. Despiu a camisa e estendeu a lâmina na direcção dela. Corta-me as asas, para que possas abraçar-me como eu te abraço, completo. Ela correspondeu ao pedido que ele formulou. Depois tomou-o nos seus braços, onde viria a morrer pouco depois, exangue, vítima da hemorragia que resultou do facto de lhe terem sido amputadas as asas. Eliz B.

Referência

2007-12-29


Escala de Mauss César das Neves, lxix. Ninguém dá mais do que aquilo que deve. Segismundo.

Referência



Escala de Yossarian, ii. A pronúncia da insânia não é suficiente. Tal pronúncia carece de trâmite. Facto que reforça simultaneamente a sua insuficiência e a improbabilidade da tramitação. Segismundo.

Referência



O princípio do fim, i. Olá, boa noite, está a começar o fim do mundo. Estão a ouvir o ground control a chamar o major Tom?, é a senha. É só para dar uma ideia, sem comprimidos proteicos ou capacete. O fim do mundo começou. Há-de também acabar. Quase no último instante talvez ainda venham a ouvir a mesma voz a cantar ao contrário, major Tom’s a junkie. Não se iludam. O fim do mundo é o fim do mundo. Sabe-se lá o que virá depois. Não há delírios com esse tamanho. Começou o fim do mundo, este é o único dado certo. O resto é funk to funk. O Marquês.

Referência

2007-12-28


Vox e plasma. Somos tanto o que somos que falta-nos sangue para podermos ser mais. Segismundo.

Referência



Escala de K., i. A pergunta «porquê?» justifica-se em relação a todos os mistérios, mas mais ainda quando tais mistérios nos atingem pessoalmente. Segismundo.

Referência



Escala de Quinlan, ii. Aquilo que nos diferencia não é a condição. A condição pode ser a mesma e, ainda assim, somos diferentes. O que nos diferencia é o modo como nos relacionamos com o bem. E com o mal. Segismundo.

Referência



Escala de Mauss César das Neves, lxix. Ninguém dá para o torto. Segismundo.

Referência



Darwin, ii. A vida dá muitas voltas, diz-se. Por qualquer acaso, a natureza inclinou os homens a voltarem às mulheres, para poderem tomar consciência do motivo por que foram expulsos do ventre materno. Segismundo.

Referência

2007-12-27


Ir com o ceo. Em política, deveríamos ser capazes de louvar com mais ênfase e entusiasmo a cerveja morta. Nicky Florentino.

Referência



Darwin, i. A vida dá muitas voltas, diz-se. Uma dessas voltas é a evolução de um gajo. De animal de família a animal familiar. Segismundo.

Referência



Escala de Quinlan, i. A liberdade é necessariamente tragédia. Segismundo.

Referência



Escala de Mauss César das Neves, lxviii. Nada dá alqueires ou almudes. Segismundo.

Referência

2007-12-26


Comercial português, ii. Com jeitinho, não obstante mulher, a senhora dr.ª Celeste Cardona também há-de chegar à administração do bcp. Nicky Florentino.

Referência



Comercial português, i. Antes havia uma noção de perdão, cristã, que beneficiava o alheio. No bcp atribuíram-lhe outro sentido, o perdão em benefício próprio. Parece que agora também vão dar outro sentido à expressão «salto à Vara». Claro que o João já explicou tudo. Neste caso a mão invísivel é a do estado. Nunca foi outra. Nicky Florentino.

Referência



Escala de Mauss César das Neves, lxvii. Ninguém dá bom pai, se não for. E mãe é igual. Segismundo.

Referência



Já passou, mas o comércio tradicional continua a desejar-lhe feliz natal

Referência

2007-12-25


Escala de Mauss César das Neves, lxvi. Ai, ninguém dá pelo menino. Segismundo.

Referência



O natal de mister Burton. O mister Burton é uma pessoa que gosta muito muito do natal. Gosta muito muito, não muito apenas, porque a época é muito muito especial, não muito especial apenas, de acomodação fraternal e comercial. Gosta tanto tanto que, para nada desperdiçar da quadra, na ceia natalícia nem come bacalhau nem come peru, come pinguim, que, como o bacalhau, é do mar e, como o peru, é uma ave. Esta noite, porque véspera do dia de natal, o mister Burton esteve muito muito feliz, pois. Mas não esteve tão tão feliz como nos anos anteriores. Por isso ficou tétrico tétrico. Mais do que deveras triste duas vezes. Cortou o pulso esquerdo. Cortou o tendão do pé direito. Cortou o tendão do pé esquerdo. Atirou a faca para longe, para não a poder alcançar. Depois arrependeu-se. Porque, se ainda pudesse alcançar a faca, poderia ter cortado o pescoço também. O Marquês.

Referência

2007-12-24


Escala de Mauss César das Neves, lxv. Ninguém dá uma, dá duas, dá três. Segismundo.

Referência



O comércio tradicional deseja-lhe feliz natal

Referência

2007-12-23


Escala de Mauss César das Neves, lxiv. Ninguém dá um ar da sua graça. Segismundo.

Referência



A cidade pequena fora d’horas. Ele é doente. Isto é dito sem fingimento ou remorso. Na maior parte do tempo, ele julga que vive dentro de uma banda desenhada. É um modo infantil de tolerar-se e de garantir a sua harmonia com o cerco. Poderia assobiar, é certo, mas tal faz muito barulho. Para além disto, a banda desenhada tem desenhos e parece menos real do que a vida, a puta da vidinha de todos os dias mais ou menos filhosdaputa. Às vezes, mais eufórico, ele também julga que vive dentro de um filme. Num ou noutro caso, é assim porque ele sente a vantagem da translacção entre a realidade e a ficção. Na ficção ele julga-se o melhor único amigo do Jack Bauer e tout va pour le mieux dans le meilleur des mondes. O trauma e o regresso à realidade sucedem quando do outro lado do balcão alguém, uma menina com a farda do pai natal, insiste em servir-lhe o gin em copo de plástico. Aí ele perde a compostura, convoca a reserva de sobriedade que existe em si e o vocabulário adequado à circunstância. A realidade não é bonita. Até que chega o copo de vidro e a banda desenhada ou o filme tornam a fazer sentido. Segismundo.

Referência



Livrete dos anjos sujos, v. Durante muito tempo, Sylvia Horvath padeceu noites de insónia frequentes. Sobreviveu a todas, a maior parte noites largas, mas, justamente porque lhes sobreviveu, envelheceu precocemente, no espírito, não na carne. Em muitas dessas noites de insónia o seu sono era arrombado por um sonho estranho que, mesmo depois de ela acordar, continuava a correr. As primeiras vezes que isto sucedeu, Sylvia esfregou as pálpebras, tentando descongestionar a visão. Porém percebeu que, por mais esforçada que fosse a sua tentativa de descoalhar os olhos, a revelação onírica continuava a acontecer. Foi assim que muitas vezes ela testemunhou uma chuva torrencial de leopardos albinos. Sentia-os a rondar a sua cama, ouvia os rugidos, a garras a tocarem o soalho do quarto, sentia a sua respiração, o seu bafo. Em noites de maior sobressalto, a chuva era de tigres com dentes de sabre, também brancos, os tigres. Uma ou outra vez, circunstância rara, sonhou com chuva de baionetas. Diferente do que acontecia com os felinos, que desaceleravam a queda à medida que se aproximavam do chão, acabando por o tocar com souplesse, as baionetas espetavam-se com fragor no soalho do quarto. Na única vez que Sylvia se aventurou a desafiar o sonho, levantando-se e saindo da cama, uma dessas baionetas cravou-se na sua clavícula esquerda. Ceifou-lhe a raiz da asa. Atingiu-lhe o coração. Eliz B.

Referência

2007-12-22


Escala de Mauss César das Neves, lxiii. Ninguém dá cartas. Segismundo.

Referência



Página do livro dos googlemas. É à escolha, fodas alucinantes ou impregnação por barbitúricos. É época disso, mas não aqui, porque aqui é sempre. Segismundo.

Referência



Protecção civil. Enquanto condição da liberdade, mais fundamental do que a segurança é o risco. Por isso não deixa de ser estranho que, a propósito do aumento do salário mínimo, haja quem se preocupe mais com a segurança dos empregadores do que com o risco dos empregados. É que, se liberal, o trapézio social deveria ser comum. A mesma graça para uns e outros consoante o risco. A mesma desgraça para uns e outros consoante a segurança. Segismundo.

Referência

2007-12-21


Dia zero. O mister Jesualdo Ferreira é uma espécie de pai natal dos outros. Esta é a época ideal para o rifar dar na sopa dos pobres. Intendente G. Vico da Costa.

Referência



Escala de Mauss César das Neves, lxii. Ninguém dá à luz. Segismundo.

Referência



Escala de Yossarian, i. Meter a língua fora da boca e dizer vinteedois. Segismundo.

Referência



Social boutique. Os mitos tardo-modernos encontram-se sobretudo no empório. Descontos, promoções, preços baixos. Às vezes crédito amigo, ao consumo, não às necessidades. Tudo cada vez mais fácil, portanto, tudo cada vez mais nosso. Segismundo.

Referência



Rua de Monte Carlo. Estado quase Stockhausen, tom Bushmills. Uma mão sobre Ludovico Ariosto, outra amparo. Medo do tempo, de que comece mais cedo. Um compasso de espera, improviso? ou infinito? Ali o desejo tem um nome, frio. Que lá fora seja lavrado ou soprado, tanto faz. Basta que seja, como quase sempre é. E no momento de fechar o livro, de começar a retirar um ponto à ignorância cujo tamanho nunca se sabe, ainda mais quase Stockhausen e o tom, o mesmo, reforçado. Aproxima-se a nossa morte, não a nossa senhora. Ludovico Ariosto posto sobre William Blake. Arrumado, pode dizer-se. A nossa morte apenas, não a nossa senhora da nossa morte. Foi ali, justamente ali, com o afastamento da mão direita, que começou o regresso. O Marquês.

Referência

2007-12-20


Síndrome do tubarão amarelo na banheira. O senhor eng.º José Pinto de Sousa é transformer em demasiado. Tanto que acabará por transformar-se no que é. Nicky Florentino.

Post scriptum. Sobre o tubarão amarelo na banheira ler isto.

Referência



Escala de Mauss César das Neves, lxi. Ninguém dá o lugar. Segismundo.

Referência



Página do livro das latitudes, xiv. A voz é o híbrido que resulta do corpo e do sopro. A rouquidão também. Segismundo.

Referência



Do amor com reticências. Neste lugar de onde nunca perguntas, onde agora há sangue no chão, não sabes que as reticiências são a última rima do amor, e que é já demasiado tarde para poder ser diferente. O Marquês.

Referência

2007-12-19


Folclore democrático. Como tantos outros, o pous é um partido político inofensivo que, pela figura da senhora dr.ª Carminda Pereira, embora já gasta pelo tempo, tem o dom de animar as campanhas eleitorais, nomeadamente os tempos de antena. Que a estupidez legiferante do partidos políticos alapados no regime tenha caucionado as condições para a sua extinção administrativa diz muito das criaturas a quem foi emprestada a honra de deputação. Propagando um princípio de higiene e salubridade política, o que fizeram foi patrocinar o genocídio dos resquícios folclóricos da revolução. Alguém devia realizar um documentário à la Zola, para denunciar o caso abstruso no National Geographic. Porque a democracia, enquanto e quando é democracia, não é a «democrazia nostra», é os folclores todos, incluindo os patuscos. Que nem aquecem nem arrefecem, porém enfeitam. E vão andando por aí. Nicky Florentino.

Referência



Estética e ética do respeitinho. Segundo a edição de hoje do Público, o senhor presidente da república decidiu ofertar gravatas a reclusos e a ex-reclusos, para os entusiasmar no sentido de se entreterem com «um novo projecto de vida», não pinante. Como é sabido, para além de símbolo de enquadramento e conformidade, a gravata é uma gazua social. Com uma gravata, um gajo não se sente livre e seguro apenas, sente-se também capaz de tudo, tipo o DiCaprio a gritar na proa do Titanic. Com uma gravata um gajo torna-se respeitável. O currículo fica imaculado. O mundo transforma-se. Começa outra vez. De acordo com a mesma sensibilidade sociológica, é mais ou menos o mesmo que acontece quando um gajo estreia um par de peúgas. São auto-estima e reinserção social garantidas. Ou o caralho. Que os foda todos. Segismundo.

Referência



Escala de Mauss César das Neves, lx. Ninguém dá festas ou facadas nas costas. Segismundo.

Referência



Do epístolário. Embalado pelo espírito da quadra, ele terminou uma carta assim. “Perante o exposto e sem outro assunto, aproveito para desejar-lhe as maiores infelicidades, voto extensível a todos os membros do conselho de administração da Xxxxx - Xxxx-xxxxxxxx xx Xxxxxxxx, SA”. Segismundo.

Referência



As vésperas do profeta, ii. A filha mais velha de Betânia começou a dissertação sobre a diferença entre o bem e o mal, informando sobre o que consiste um e outro, detalhando com cuidado e pedagogia o modo como se consubstanciam e transmutam. Deveras atenta, a audiência era constituída exclusivamente por mulheres, postas, sentadas ou deitadas, em torno da prelectora, que escutavam e, por ocasião de uma dúvida ou de um sobressalto, com quem dialogavam. Fascinado e ao mesmo tempo temeroso, encolhido num recorte esconso e umbroso do auditório, sem que elas se tenham apercebido, um rapaz acompanhava as palavras pronunciadas e escrutinava os gestos e os movimentos graciosos das mulheres. Ruben, este é o nome rapaz, era vergôntea ainda verde e estava espantado por as mulheres não parecerem o demónio que os anciãos insistentemente haviam-lhe feito crer que elas eram. Não, ele testemunhava-o ali, elas não eram o demónio. Decididamente, elas não eram o demónio apregoado pelos mais velhos. Para além disto, reforçou a sua convicção o facto de ser-lhe evidente que, naquela circunstância, elas estavam a aprender e a investigar o mal, para melhor procederem conforme o bem e em prol do bem. Fosse por isto ou por outro motivo qualquer, o rapaz sentiu um estremecimento estranho no corpo. A acompanhar tal estremecimento, também vieram calores e um entusiasmo insólito ao nível da cintura. Naquele momento, não obstante a cena fosse magistral, olhando-as escondido, Ruben não demorou a ser tolhido por devaneios lúbricos, acontecendo nele uma concentração de pressões maléficas, que ele prontamente aplacou, sacudindo-as com a mão. Desarmado e com remorso, que deus, em pai, em filho e em fantasma, me perdoe este desperdício de semente da espécie, derramada por mim, rogou ele indulto ao capítulo divino. Rogo que, depois dos gemidos e ruídos espasmódicos, o colégio de mulheres ouviu também. Percebendo o que havia sucedido, a consequência nelas foi o despertar súbito de um modo irado, que não conseguiram suster e que lhes suscitou actos e comportamentos graves. De que resultou o facto de o corpo do rapaz ter sido brutal e literalmente destroçado pelas mãos e pelos dentes das mulheres. Durante o princípio da carga colérica, o rapaz ainda tentou o seu socorro, balbuciando algo, foi uma mão invisível. Na história da humanidade, esta foi a primeira vez que o nome mão foi conjugado com a predicador invisível. Mas, constatando a mácula de seiva, produto do derrame do rapaz, as mulheres não tiveram melindre suficiente para absolver tamanha falha e continuaram. Foi sobre este acontecimento que o mundo continuou também. O Marquês.

Referência

2007-12-18


Escala de Mauss César das Neves, lix. Ninguém dá o nó, ninguém dá nós. Segismundo.

Referência



Vinil preto. Matar-lhe a voz de maçã, uma, duas, três, drawing deep breaths past my door, quantas vezes forem necessárias. Mas, I miss that stupid ache, mesmo sob a agulha romba, ela ressuscita sempre no rodeo das trinta e três rotações. Segismundo.

Referência



Painel dos nocturnos, ii. Os outros recolhem-se em casa, ele solta-se na rua. O frio é um animal canibal. Segismundo.

Referência

2007-12-17


Despiste. Perante qualquer dúvida decente e razoável sobre a necessidade de submeter a ratificação do novíssimo tratado da união europeia a referendo, aconselha-se a realização de um referendo para verificar se os portugueses querem um referendo sobre a matéria aludida. Nicky Florentino.

Referência



Escala de Mauss César das Neves, lviii. Ninguém dá milho aos pombos. Segismundo.

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2007-12-16


Simplex. Em entrevista estampada na edição de hoje do Diário de Notícias, disse o senhor dr. Alberto João Jardim: “no momento em que tenho de encontrar onde cortar despesas, começo a cortar naquilo que me é hostil. (…) Se eu tenho de fazer cortes, corto em quem me maltrata. É simples”. Ainda bem. Na Madeira rei é rei, momo é momo, franco é franco, banana é banana, lei é não se sabe bem o quê. Ainda bem. Nicky Florentino.

Referência



Martelo, bigorna e estribo, o resto é cartilagem. De quando em quando acontece o anúncio do apocalipse pátrio pelo senhor presidente da república. Agora aventou que as senhoras e os senhores das honras “têm que estar preparados para ouvir a voz do povo”. Desde já, dispense-se considerar o dever de preparação dos tímpanos de suas senhorias, foque-se a atenção no outro elemento. Que é isso «a voz do povo»? É o efeito da assombração que resulta da ficção do colégio dos gentios como coro uníssono. Ora, como na prática «a voz do povo» são muitas vozes, para ouvir a voz desse espectro chamado povo, as senhoras e os senhores têm que ter ouvidos sensíveis à polifonia gentia, não fazer uma figura de tonto, semelhante à de Hamlet. Mas isso é uma chatice, é mais fácil o drama. Por isso inventaram «a voz do povo». E, mais engenhoso ainda, editam-a consoante a respectiva conveniência. E, assim, embora o povo não fale, as senhoras e os senhores ouvem a voz do povo, que é a sua voz. Enfim, é tudo já muito para além da insânia de Hamlet. Primeiro é a paranóia, depois é metanóia adequada a tal paranóia. Chamam-lhe democracia. Podiam chamar-lhe ouvidoria que ninguém sentir-se-ia escandalizado. Nicky Florentino.

Referência



Escala de Mauss César das Neves, lvii. Ninguém dá por o tempo passar. Segismundo.

Referência



Livrete dos anjos sujos, iv. Embora as suas asas já tenham definhado e não as possa usar, Maria Saint-Saëns ainda está viva. Passa muitas tardes à janela, resguardada, a atirar pedras a quem passa na rua, particularmente aos miúdos, quando estes vão a caminho da escola. Durante a madrugada, acautelando o stock de munições para o dia seguinte, sai à rua para apanhar as pedras que atirou antes. Numa ocasião um sobrinho perguntou-lhe o motivo de tal comportamento. Ela respondeu, faço-o para poder continuar a fazer o que faço. De tanto as enrolar na mão, como se as acariciasse antes de as arremessar, ela conhece cada uma das pedras. Só desiste de uma pedra se ela for colhida e levada por alguma pessoa ou depois de a ter utilizado sessenta e seis vezes. Nunca lançou uma pedra sessenta e sete vezes ou mais, nunca. Quando recolhe uma pedra que atingiu o sexagésimo sexto arremesso contra alguém, atribui-lhe um nome, envolve-a num tufo de penugem sua e guarda-a numa arca, a única que tem, que está no seu quarto. Eliz B.

Referência

2007-12-15


O fio dos magnânimos. Ninguém morre pelo facto de o Público, que na edição de hoje consegue recordar uma partida entre o Futebol Clube do Porto e o Vitória Sport Clube acontecida a onze de janeiro de milnovecentoseoitentaesete no estádio das Antas, anteontem não ter dedicado uma linha sequer a assinalar os vinte anos corridos sobre o triunfo do Futebol Clube do Porto ante o Club Atlético Peñarol e a consequente arrecadação da taça intercontinental, aquele troféu estranho patrocinado pela Toyota. Outros tempos. Caía neve na capital japonesa. Havia deus num argelino chamado Madjer. E, então, como agora, a vitória em campo era uma vitória também sobre o mister. Tomislav Ivic, lembram-se? Vinte anos e dois dias. E, é verdade, a propósito da noite de hoje, pode cantar-se como a tabuada, sete mais três dez. Intendente G. Vico da Costa.

Post scriptum. Também na edição de hoje do Público, confessou o José que, não obstante o seu envolvimento escasso no plano do futebol, não obstante o «meio», é portista. E, portanto, que é também por isso que, no Porto, não se sente heimatlos. Á pátria.

Referência



Escala de Mauss César das Neves, lvi. Ninguém dá a volta ao mundo em oitenta dias ou mais ou menos. Segismundo.

Referência



Painel dos nocturnos, i. O que cavou a primeira noite de hoje?, o frio e, sem cuidar da observação ou do testemunho dos fenómenos celestes, a dúvida sobre o trilho pelo qual se acede mais exactamente ao êxtase dos céus, se por Swedenborg, se por Blake. Segismundo.

Referência



Página do livro das latitudes, xiii. Neste plano, todos os dias compreendem duas noites, a que antecede a manhã e a que sucede a tarde. Segismundo.

Referência

2007-12-14


Provas de contacto para exílio. Os blogs são uma coisa patível. Mas depois há aí todo o resto, nomeadamente bloggers. Segismundo.

Referência



Hiperbóreo. Ao contrário de muitos outros, ele é um gajo que se entende com o frio, manifestado como zero ou menos do que zero na escala de Celsius. Mais, o frio traz-lhe uma espécie de agrado, as ruas vazias. Daí que considere a temperatura baixa como a melhor das regras públicas. Segismundo.

Referência



Mais do que perspectiva. O muito que se consegue ver a partir de baixo, pela Ana. Segismundo.

Referência



Escala de Mauss César das Neves, lv. Ninguém dá saltos. Segismundo.

Referência



Dias de batida. O espírito natalício é comovente. As luzes e os arranjos na rua iluminam o carácter mais apóstata. O comércio aberto até mais tarde e ao domingo confere harmonia com a ordem. Respira-se paz. E, melhor do que tudo isto, os pais natais alcandorados nas casas são alvos para tiros de pressão de ar. Segismundo.

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2007-12-13


Escala de Mauss César das Neves, liv. Ninguém dá banho ao cão. Segismundo.

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Escala de Virilio, i. Enquanto exercício de revelação, a velocidade significa emancipação, o outro nome de levantamento. Enquanto necessidade, a velocidade significa ou atraso ou vertigem. Segismundo.

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2007-12-12


Da comparação. Comparar o senhor eng.º José Pinto de Sousa ao homem da regisconta, como fez o senhor dr. Pedro Santana Lopes, ou ao republicano assanhado Afonso Costa, como fez o senhor dr. Paulo Portas, é uma tonteria. O problema não é uma questão de proporção apenas. É uma questão de estética. Nicky Florentino.

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Escala de Mauss César das Neves, liii. Ninguém dá a vida. Segismundo.

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2007-12-11


A fotogenia dos iguais. Uma das imagens da cimeira do passado fim-de-semana é a do aperto de mãos do senhor eng.º José Pinto de Sousa e do maioral da república do Zimbabwe. Quem a viu? Nicky Florentino.

Referência



Escala de Mauss César das Neves, lii. Ninguém dá a volta ao bilhar grande. Segismundo.

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2007-12-10


Escala de Mauss César das Neves, li. Ninguém dá para a quermesse. Segismundo.

Referência

2007-12-09


Escala de Mauss César das Neves, l. Ninguém dá por dá cá aquela palha. Segismundo.

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2007-12-08


Todos iguais, todos maiorais. Se o senhor eng.º José Pinto de Sousa disse que a reunião euroafricana acontecida em chão luso é «entre iguais» é porque é entre iguais. Compreende-se perfeitamente. O Noddy esteve lá também. Ser igual não é ser gémeo. É ser como o outro. Indiferente. Abram alas. Nicky Florentino.

Referência



Escala de Mauss César das Neves, xlix. Ninguém dá ouvidos. Segismundo.

Referência



Página do livro dos googlemas. Sobre isso, les theoris de fodeste, são conhecidos alguns tratados. Mas justamente sobre isso aplica-se a sentença kantiana, á e tal, uma coisa é foder em teoria, outra coisa é foder na prática. Segismundo.

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Rectificação do recado à mãe, com conhecimento ao ti Nicolau dos embrulhos e dos laços. Mãezinha, querida mãezinha, se gostas mesmo muito de mim, manda foder o Jack Bauer. Segismundo.

Referência

2007-12-07


Escala de Mauss César das Neves, xlviii. Ninguém dá o cu e cinco tostões. Segismundo.

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2007-12-06


Porque Darfur rima com carrefour. Não obstante a liquidação sumária da controvérsia relativa aos cinco cêntimos por cada saco de plástico para recolher as compras, os danados estão hesitantes. Primeiro, desejam saber se a regra é extensível à fnac ou se vale apenas para os empórios de víveres e outros consumíveis domésticos. Não é a mesma coisa um gajo comprar um livro ou comprar uma alface ou um pack de rolos de papel higiénico. Segundo, falta-lhes uma referência sensata sobre o assunto, porquanto a quarta-feira passou e, compreensivelmente entretido com outros pormenores da vida, o João não se pronunciou sobre o caso. Portanto, os danados continuam na caverna. Sem o que dizer em relação ao assunto, sem cinco cêntimos e sem saco. O costume. Segismundo.

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Escala de Mauss César das Neves, xlvii. Ninguém dá opinião. Segismundo.

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A constituição do osso. Uma das maiores dificuldades de um liberal old fashion é saber de si a cada momento. É saber se, pela sua tentativa e pelo seu esforço para ser liberal, é mais um substantivo do que um adjectivo. Porque um liberal old fashion jamais se julga um liberal absoluto. Um liberal old fashion tem dúvidas. Mais, um liberal old fashion oscila, muitas vezes em função da paciência. Mas tanto por adesão à liberalidade quanto por decência - que tem mais a ver com juízo e critério do que com educação - tende a esquivar-se ao recurso do argumentum ad personae. Obviamente, um liberal old fashion evita a produção de insultos. Porém não abdica do riso. Porque esforça-se por fundar as suas atitudes sobre o chão mais certo, a ironia. É esse o motivo fundamental da liberdade. E de todas as misérias com ou sem ela. Segismundo.

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As vésperas do último profeta, i. Às vezes o rapaz entra em êxtase bíblico. Em rigor, o rapaz entra em delírio. E deus ali, defronte dele, à espera, sem chamar, apenas à espera. São assim as epifanias. Até que o rapaz decide atender-lhe e pergunta-lhe estás à espera de alguém?, pá. Deus, criatura muda, não responde, obviamente. Também não faz gestos, não envia sinais. Nada. Tenta a telepatia, mas, por qualquer contingência cujo controlo lhe escapa, não consegue o contacto com o rapaz. Vai daí, cansado de esperas, o rapaz provoca-o, chama-lhe cabrão, meu grande cabrão. O possessivo é mesmo para o atenazar. Ora, porque deus não é criatura de levar desaforos para o céu, resulta da provocação referida um combate. Deus de um lado, o rapaz do outro. Na circunstância acontece sempre um fenómeno que não permite acompanhar o combate. Nuns casos levanta-se um véu de poeira, noutros casos baixa um lençol de nevoeiro denso. Não se percebe o que acontece, portanto. Quem golpeia quem, com que força, com que gesto, com que eficácia, com que eficiência. Nada. Ouvem-se as onomatopeias típicas de uma cena de pancadaria, pim, pam, pum, pumba, tau, trau, tunga, trufa, zás, mais gemidos, gritos e silêncios. Convém não esquecer que deus é mudo. Embora não seja possível assistir ao combate, a história acaba sempre do mesmo modo. Assenta o pó ou desvanece-se o nevoeiro. E vê-se o rapaz sozinho. Que nunca saiu de qualquer contenda coxo, que foi como Jacob saiu, ao passar um vau qualquer do testamento antigo. O Marquês.

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2007-12-05


Se a cabeça de um senhor é um monte dos vendavais. Disse o senhor dr. Luís Filipe Menezes, ipsis verbis, “o país hoje está de novo bloqueado por não conseguir avançar para uma democracia escorreita”. Mas o que é que porra é uma democracia escorreita? Isso tem alguma coisa a ver com azeite sobre contusões? Ou com vaselina? Ou com cérebro amolgado? Ou é mesmo só para um gajo não escorregar?, tipo casca de banana no chão. Democracia escorreita... Se há coisa que uma ordem democrática não deve ser é escorreita. Pelo contrário, deve ser um freio aos desmandos e às venetas, um dispositivo balsâmico contra a estupidez grassada. Deve ser um obstáculo - doloroso, se necessário - que proteja dos juízos alados e tontos, que ora estão para ali, ora estão para acolá, ora estão para o raio que os parta, com mais facilidade do que vira o rabo dos galos cata-ventos. Nicky Florentino.

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Tau. O José em digest pelo Bruno, com estocada final exacta, “quando alguém perde tão completamente o medo do ridículo podem acontecer muitas coisas”. Segismundo.

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Escala de Mauss César das Neves, xlvi. Ninguém dá passoubens. Segismundo.

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O mundo nunca mais acaba, ii. Jack Bauer é o único totem vivo eterno, o último grau, über Menschen, da escala antropogénica de Ernst Haeckel rectificada. Portanto, acima de qualquer fã dos Scorpions, de qualquer um dos Scorpions, dos chimpanzés, dos gorilas, dos orangotangos e dos humanos. Segismundo.

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O mundo nunca mais acaba, i. O Kitt, maquineta das Knight Industries Two Thousand, inquilino de um carro preto com uma luz vermelha na grelha frontal semelhante à luz do olho dos cylons, mudou de hospedeiro. Deixou de ser um pontiac trans am, passou a ser um ford shelby mustang 500gtkr. Significará isto o fim do reinado de Jack Bauer?, perguntam os estúpidos. Jamais, pá, jamais. Segismundo.

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Exit. Há monstros do outro lado, fora, encostados à porta, em modo de atalaia. Não é possível sair. Também ninguém entra. As vozes começam a crescer, a sair do arquivo. O corpo é apertado contra a parede. A luz verde permanece acesa. Mas não há saída. Não há saída. É a hora da oração ao Jack Bauer. Segismundo.

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2007-12-04


O único animal que. A longevidade dos Scorpions é algo que não se explica exclusivamente pela resistência do desgosto e do mau gosto das gentes. As gentes são hordas filisteias, sabe-se. Mas são a parcela menor da explicação do fenómeno. A explicação grossa para o caso está relacionada com os resultados de uma experiência que foram publicitados hoje na teelvisão: chimpazés com cinco anos revelaram-se mais rápidos e certos do que humanos num conjunto de exercícios de sequenciação e memória de algarismos. Não por acaso não há qualquer relato de presença de chimpazés em concertos dos Scorpions. Segismundo.

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Escala de Mauss César das Neves, xlv. Ninguém dá um cigarro. Segismundo.

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Página do livro das sentenças, xlvi. Morte aos poetas de andaime. Segismundo.

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Ralenti. O regime não está para demoras. O tempo escorre rápido. Há um atraso acumulado, condição que o faz permanente. E há uma recuperação que nunca se consuma. Apetece acusar as horas, as mesmas que acolhem o atraso, que o ditam e confirmam, não na pele, na carne, fundo. As putas, as grandes putas, as horas que afastam o horizonte, que acrescentam a detença, que desenham a distância ao fim. São elas. Por que é que deus não nos equipou para as delongas?, para as ânsias? e para as angústias também? Por que é que os gestos, mesmo os lestos, pronunciam-se com lentidão sobre o tempo? A natureza fez-nos para a mazurca lenta, para a experiência derramada, para amanhar devagar as coisas e os outros. Por isso, agora, ser revolucionário é martelar os cronómetros, partir o calibre médio de Greenwich. Estancar o ritmo com golpes fortes, não com a urgência. Voltar a foder sem pressa, com consequência. Porque correr atrás do tempo é continuar a falir, é continuar a ficar para trás. Segismundo.

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2007-12-03


Escala de Mauss César das Neves, xliv. Ninguém dá esmola. Segismundo.

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O meu nome é moto-serra. O modo como alguém estaciona o veículo que conduz, se consegue, como consegue, como faz, revela muito de si. Devia haver pena de morte para os cepos e toros habilitados com carta de condução. Segismundo.

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Página do livro dos excursos, xii. Ninguém deve demorar-se na inocência. Porque mais tarde ou mais cedo, sob a forma mais imprevista, a culpa acaba por cair sobre os inocentes e derrubar a sua virtude. Nesta circunstância, mesmo os que não são culpados tornam-se cúmplices e vítimas da culpa. Os culpados, esses, no caso, estão em vantagem. No sentido em que, desde antes, estão com a culpa e, depois, sabem como afastar-se dela e das suas consequências. Segismundo.

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2007-12-02


Escala de Mauss César das Neves, xliii. Ninguém dá pareceres jurídicos. Segismundo.

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Livrete dos anjos sujos, iii. De Ulrich Kurtz quase nada se sabe. O pouco que se sabe é que um dia desapareceu, montado sobre uma bicicleta. E, mesmo isto, sabe-se pela estranheza do facto. Era o princípio do outono, final de setembro ou início de outubro, e, já tarde avançada, hora do lusco-fusco, ele passou de bicicleta na avenida. Então foi evidente para mais do que uma testemunha que a bicicleta seguia sem que ele pedalasse e que nas suas costas havia um par de asas imponente, em leque suave, e era isso que fazia a bicicleta avançar. Vivo nunca mais alguém o viu. Casualmente, foi encontrado morto numa floresta próxima da casa onde nasceu e viveu. Em torno do corpo havia uma clareira que parecia ter sido varrida por uma vassoura suave, de penas talvez. O cadáver estava no meio dela. Quem o encontrou reportou que o corpo estava frio, como sucede com o corpo dos perecidos, e sem pulsação. Mas que, de quando em quando, não obstante a inexistência de sinais vitais, as asas agitavam-se, como se o quisessem levar para um lugar diferente daquele onde jazia. Eliz B.

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2007-12-01


E pluribus hunos. Vencer os do milhafre, no seu terreiro, não obstante o mister Jesualdo Ferreira. Não, não foi por causa do advento, foi por causa do Quaresma. Uma trivela cigana, três pontos. Que, cúmulo, são sete. Nada a declarar, portanto. Intendente G. Vico da Costa.

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Escala de Mauss César das Neves, xlii. Ninguém dá a independência. Segismundo.

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Recado à mãe, com conhecimento ao ti Nicolau dos embrulhos e dos laços. Querida mãezinha, porque gostas muito de mim, apresento-te o Jack Bauer. Segismundo.

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2003/2024 - danados (personagens compostas e sofridas por © Sérgio Faria).