Voxtrot. Ressurgem as vozes, as do costume. Sem alvará ou aviso, saem do abafo, soltam-se, difundem-se dentro do silêncio interior e corporal, instalam-se. Ao princípio não são nítidas. Mas após algum tempo, paulatinamente, distinguem-se dos ruídos do cerco, tornam-se precisas. No fundamental, quando apuradas, tais vozes são a expressão da culpa tomada em pronúncia, culpa não calada. Decorre daí o seu maior poder de assombro. Porque invisíveis, sem forma perceptível, sem substância tangível, não há defesa contra o demónio que essas vozes são. Consequemente, se não há essa defesa, não há redenção em relação à culpa que enunciam. Segismundo.