Agora. A face é um jogo, um strip de máscaras. Mas há quem entenda que o seu exercício é um simulacro. Se o rosto nunca é visível, a revelação possível através dos espelhos ou dos olhos alheios é uma fantasmagoria. Ou seja, o caso não é a invisibilidade, é a velação, a batota. A evidência assenta sobre a malha de um labirinto reticular, o que faz os reflexos serem imagens diáfanas, espectros. Neste sentido, a identidade não é essencial, é uma constelação espectral. Muitas caras, vários eus, formas diferentes armadas e arrumadas na mesma matéria, o corpo, corpo único. O que significa que a pessoa, cada um de nós, é a punção através da qual os fragmentos de si se combinam e, por essa combinação, se reflectem ou mostram. Porém, se assim é, não são fragmentos, são estilhaços. E não são de si, são de antes. De quando os olhos estiveram fechados. Segismundo.