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Albergue dos danados

Blog de maus e mal-dizer 

2008-11-30


Fundo civilizacional. Não há saldos grátis.* Segismundo.

__________
* vide Diário de Notícias, n.º 51.010, 30.Novembro.2008, p. 33.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-29


© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-28


Página do livro dos googlemas. Será que passe alvará de cabrão é isento de emolumentos? Segismundo.

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O vento nos ciprestes, iv. Que com menos fins podemos ser mais eternos é um engano. Porque a demora é o que nos dá a eternidade. Segismundo.

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melancolia zündapp

# xix
. exposto aos sopros assim como às contracturas e às fracturas, amolece, falha, opera numa escuridão encerrada, não é confiável para missões limpas. no âmbito das missões comuns e sujas do quotidiano, o coração serve para bater, bater sobretudo, no cumprimento de uma função simultaneamente de pêndulo e de bastão. Edgar da Virgínia.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-27


Página do livro dos googlemas. Sobre REPRODUÇÃO DE CETÁCEOS e COMO É PLURAL DE GUIA DE REMESSA? é mesmo aqui, neste tugúrio. Segismundo.

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Página do livro das latitudes, xxii. Do mesmo modo que a voz é condição das vozes, o silêncio é condição da voz. Segismundo.

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os feitos e os defeitos de Lazy González, xiii. os homens despachavam o rigor diante de uma garrafa. eram seis, sem contar com o estalajadeiro atrás do balcão. quatro jogavam cartas, dois estavam sozinhos, um deles bêbado e derreado na cadeira. três mesas ocupadas, uma garrafa sobre cada uma. o copo pequeno ao alcance de cada um dos homens foi usado várias vezes. coincidindo com a recolha da última vaza de espadas daquele jogo, Lazy González entrou de rompante e dirigiu-se ao balcão. sem nada dizer, lançou a mão esquerda sobre o gargalo de uma garrafa, com a outra mão desarrolhou-a e levou-a à boca. sorveu um trago. o ambiente era de oração. um de vós vai morrer, ele informou os presentes, devido a uma questão de honra pendente. dois dos jogadores levantaram-se e, mal haviam posicionado o corpo, foram abatidos com tiros certeiros, no coração. Lazy González devolveu o revólver ao coldre e, um não é dois, mas tenho cada vez menos paciência para averiguações e especificações, comentou o sucedido. O Marquês.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-26


A lesão dos hologramas. Ontem o mister Jesualdo Ferreira colocou o Pedro Emanuel a jogar a defesa lateral esquerdo porque não tinha o Aloíso nem o Celso nem o Geraldão - não é preciso prolongar a arqueologia. Como os turcos não deram uma para a caixa, a partida correu bem e correu mal. Algures entre a orientação de taxista e o sortilégio pagão. Intendente G. Vico da Costa.

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a Elvira da loja dos cortinados. ela padece de oscilações, oscilações fundamentais. mudanças de humor súbitas, vertigens anímicas, passagens da depressão à euforia e da euforia à depressão, passagens num instante, isso, ela tem também. mas o que releva são as oscilações de carácter que ela sofre, pode declarar-se assim, que ela sofre autenticamente, tanto na alma quanto na carne. com frequência ela transforma-se noutra mulher, muda de identidade. sou visitada recorrentemente por demónios lascivos, se queres saber. ele aproveitou-os para casar comigo, não foi?, pois eles não se distanciaram definitivamente, não foram embora. de quando em quando aparecem e, sabes como é?, apossam-se de mim. nada posso fazer. tenho que os deixar entrar, só depois, eles dentro de mim, é que os consigo enxotar. foi o que aconteceu. ela forçou o rapaz a ir até ao seu quarto, arrastou-o literalmente, e, aí, passou-lhe um aparelho para as mãos. tem cuidado, isso veio de frança, custou uma fortuna, é uma máquina mágica, não é como as outras máquinas fotográficas. o rapaz encarou o aparelho com estranheza. nunca agarrara uma máquina daquelas. já ouvira falar de máquinas assim, instantâneas, disseram-lhe antes, mas nunca havia tido a oportunidade de ver uma, menos ainda de a operar. se o aparelho espantava o rapaz, embora não demais, pois rapidamente descortinou como funcionava, Elvira, ela mesma, deixou-o estupefacto. o motivo disto não era apenas o comportamento que ela manifestava - ele podia ser rapaz, porém sabia já bem o que era uma mulher -, era e era sobretudo o modo como ela se revelava naquela circunstância. tira-me um retrato. atónito, o rapaz obedeceu. um favo brilhante, um derrame de claridade precipitou-se diante dela. isto foi necessário para embalsamar aquele instante na folha de papel que a máquina expeliu. a luz brusca e forte é imprescindível para fundir as coisas, os corpos, os contrastes, o que é visível e filtrado pelo diafragma, no papel. a luz tem a função da forja. o resto é química invisível. sou bipolaroid, sabes? tira-me outra. apesar de não liberto da própria censura, o rapaz recuou um passo para focar melhor o corpo dela, o flash disparou novamente e o aparelho expulsou outra folha de papel. já se vê?, ficou nítido?, expressou ela a sua curiosidade. não sei, está a começar a aparecer agora, respondeu o rapaz. um vulto começou a revelar-se no papel. ela deitada, com a perna esquerda afastada da outra, exposta do períneo à púbis. via-se o contorno interior das nádegas, a extensão desde o abdómen até ao peito, apenas o seio direito parcialmente denunciado, o outro coberto pela blusa recolhida, e alguns dedos da mão direita sobre a vulva, como se tentassem aplacar o demónio que a afligia. a mão era o elemento que diferenciava aquelas fotografias, postas sobre a cómoda para comporem-se de cores, de l’origine du monde, o célebre quadro de Courbet. ela e o rapaz, ambos, contemplavam o que ia surgindo nas folhas de papel. de repente, nada mais dizendo, o rapaz saiu. desceu as escadas, galgou o corredor, passou a porta, correu, tropeçou na gravilha da serventia da casa, caiu, levantou-se, retomou a corrida e alcançou a estrada. ainda em corrida, aí cruzou-se com três pessoas, nenhuma saudou. parece que viu demónios, o raio do cachopo, murmurou para si uma velha. enrolada numa mão transpirada, como testemunho de estafeta olímpica, o rapaz levava consigo uma das polaroids. pouco tempo após, quando o marido chegou a casa, Elvira mostrou-lhe a outra. sou eu, não vês a minha cara mas sou eu. ao orgulho dela correspondia o incómodo do homem, que percebia estar exposto a mais do que à intimidade da sua mulher. as mãos rudes e encardidas vincaram e marcaram a imagem que seguravam. ele estava incrédulo e furioso por alguém a ter fotografado naqueles impreparos, quase nua, despida onde importava que não estivesse descoberta. não era a indecência que o levava para além da irritação, era a vergonha que, mais do que imaginar, ele sentia irromper na fronte. foi o rapaz, não foi?, perguntou ele asperamente. Elvira confirmou, sim, foi ele, atenuando no entanto o que o marido presumisse da irresponsabilidade do rapaz, mas ele não me tocou, ele até fugiu daqui muito constrangido. os olhos do marido estavam raiados, a raiva pulsava nele. a mão cerrada envolvia e apertava a fotografia, engelhava-a. um calor mais do que de febre, um calor eléctrico corria-lhe o corpo. ela abraçou-o. sabes como eu sou, tem calma, já voltei a ser a mesma, agora sou outra vez eu, aquela que é tua, só tua. todavia os dedos dele continuavam a prensar violentamente o papel, quase fundindo-o na palma da sua mão. isto não fica assim, Elvira, desta vez isto não fica assim, clamou ele. vá, acalma-te, não exorbites, meu amor, estou aqui contigo, tentou ela sossegá-lo. desta vez passaste das marcas, Elvira, excedeste-te, gritou ele mais, afasta-te de mim, mulher de máscaras e do diabo, ao mesmo tempo que a empurrou, de modo que não disfarçava a ameaça. O Marquês.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-25


Da continuidade. A dificuldade maior em qualquer processo político é a continuação, não é a inauguração. Alcançar, atingir, chegar pode ser difícil, implicar custos significativos em sangue e dor. Porém continuar é um combate sem fim, contra objectivos antigos, contra objectivos novos, contra algo que nunca acaba. Já esmorece a memória da última cesura e ainda não há ânimo, fôlego ou vontade para provocar nova ruptura. É neste limbo anómico que os regimes demoram e se resolvem. Nicky Florentino.

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Pode um gajo soltar o Bernard Hinault que sobrevive em si? Pedalar é mais ou menos como foder. Há quem esteja para aí virado, há quem não e prefira estar quieto ou a masturbação. A isto há a juntar mais dois ou três pormenores fulgurantes. Para além da dificuldade que constitui, andar de bicicleta é um luxo do caralho. Uma bicicleta com pinta custa caro e mais vinte porcento de imposto sobre o valor acrescentado. E depois há o problema das inclinações. Ó, as inclinações são fodidas. Na capital do rectângulo, parece, mais ainda. A pedalar não há bofe e higiene que aguente do saldanha até ao campo grande. Ida e volta é pior. Se um gajo toma banho e põe desodorizante nos sovacos não é para andar de bicicleta. Um dr. tem que manter a compostura. Gravata e carro com o gajo, três em um. Os zombies urbanos são assim. Podem até aparar os pêlos do nariz e das orelhas, mas são assim. Se andam de autocarro, eléctrico ou metropolitano não são diferentes. Distinguem-se apenas num pormenor. Como têm passe não estacionam o carro à lavrador ou em cima dos passeios. Esqueçam a diferença entre gajas e gajos. Porque se as inclinações são fodidas, as saias não são menos. E as gajas usam ou podem usar saias e depois lá vem o vento e as saias delas levantam-se e um gajo vê que tipo de cuecas é que elas usam, se fio dental ou não, e isso não é bonito. Na cidade pequena a disposição - ia para escrever raciocínio, mas não é necessário abusar - é mais ou menos a mesma. Prova? As balofas continuam a encafuar o carro, cada uma o seu, à porta do ginásio ou o caralho que as foda. Agora deve ser por causa do frio e da lama. Putas sensíveis e finas, devem ser. Se pudessem, iam fazer step, tapete e bicicleta de carro. Cambada de lambisgóias. Ele sabe. Já viu muitas e não recorda uma a que possa dizer-se benza-te deus. Todas tinham arzinho de servir para fazer canja. Balofas e camafeus a transpirar, foda-se, a paisagem deve ser assustadora. Se calhar até conversam sobre os cremes com que se bezuntam e sobre técnicas de depilação enquanto inalam os vapores do balneário. Consta que muitas não tomam banho. É vê-las a correr para o carro com o saco às costas, onde o equipamento de esforço chocalha, a ansiar pelo duche caseiro. Correm quase nada, dez metros no máximo. Uma espécie de rapidinha. Tansas do caralho. E se houvesse solário na paróquia?, ó, isso é que era mesmo bom, uma maravilha, para as gajas poderem expor-se ao écran como os bichos escamosos assentam ao sol. Perante isto, um gajo recorda o genérico inicial do Verano Azul, o Piraña e aquela cachopada toda a pedalar, a assobiar e contente, e percebe que aquilo era só para a teelvisão. Tudo mentira. Porque ou o chão é plano ou está quieto ó mau, pedalar o caralho, pedala tu e é se queres. E agora os argumentos derradeiros. Darwin nada dissertou sobre bicicletas. O sossego, portanto. A malta não passou de macaco a humano com a invenção da roda, menos ainda da bicicleta, que implica inventar duas rodas e dois pedais. Caso assim fosse, então, seguramente que a evolução para o triciclo teria sido um passo mais importante do a invenção da pólvora ou do lsd. O que, hossana nas alturas, não foi. E o tandem?, ó Toutanis, o tandem. Foda-se. Mandem foder os lagartos das galápagos. Fixem-se nas balofas. Finalmente. O Jack Bauer, já cá estava a fazer falta, não pedala, meus amigos. O Jack Bauer é mais tecnologia de ponta. Ipods e o caralho, tudo apple, ligado a satélites potentíssimos, nada tipo a merda do magalhães. Às vezes ele nem aponta e acerta à mesma. Da sig p228 à usp compact é evolução? Bá. A performance do gajo é cem em cem, mil em mil. Os maus que se cuidem, porque o que conta é que o Jack Bauer não se aproxima de bicicleta. Aproxima-se com balas ou porrada, sempre a matar. É o seu exemplo que devemos seguir, maxime na cidade das sete colinas. Já disse?, as inclinações são fodidas. Por isso quem quiser andar de bicicleta que faça como as balofas da cidade pequena. Vá de carro até ao ginásio. Segismundo.

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O vento nos ciprestes, iii. Demasiado rapidshare é demasiado tudo e coisas a mais ou coisas demais é demasiado fim. Segismundo.

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extractos confessionais de Alda Schön, iv. o acesso ao coração de alguém é preferencialmente pelas costas, com o auxílio de uma adaga. não é pela temperança ou pela confiança, porque, embora francas, são disposições sobretudo. também não é pelo amor, pelos afectos, pelas emoções, vias demasiado exaltadas e venais. tão pouco é pelas vísceras, embora o coração seja um órgão de esgoto e de desperdícios. o acesso ao coração de alguém é pelas costas. o encontro dos peitos deixa as mãos livres para o abraço e o abraço não tem que ser isento de lâmina. O Marquês.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-24


cabaret baudelaire

# v
. já alguma vez ouviste vozes? explico-me. não vozes de outros cuja presença notamos ou podemos notar, mas vozes de ausentes, indecifráveis. vozes impossíveis, atrevo-me a dizê-las assim, vozes que sobrepõem-se ao silêncio, no entanto não como as outras, porque são estritamente interiores, domiciliadas na cabeça, sem causa exterior que as justifique. já alguma vez ouviste vozes destas? se sim, sabes o que é um dos mistérios da insânia, um colóquio interior do qual és o ouvinte único, constituído intimamente e reservado e que, sem revelares a tua demência, não podes confessar, não podes partilhar. se não, não é a encostares búzios ao ouvido que vais ficar a saber. Edgar da Virgínia.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-23


© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-22


© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-21


Something about ghosts. Entregar o corpo à violência, estar apenas para a violência, aceitar a força crua e sem motivo das circunstâncias, das coisas. Deixar a moral e os desaires para os outros, para a sua circunferência, para a sua defesa. Segismundo.

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pranchas d’artaud & mishima

# i
. mishima, tornou-se doloroso morar na realidade. artaud, não foi sempre? a ilusão é uma espécie de analgésico, mas sofre-se sempre na realidade. mishima, talvez tenhas razão, admito que possa ser assim. seja como for vou mudar-me para dentro de uma banda desenhada. artaud, porquê?, morar lá é menos doloroso? mishima, provavelmente não, mas tem desenhos para animar. artaud, e como é que se chama a banda desenhada para onde vais mudar-te? mishima, pátria. artaud, pátria?, pátria porquê? mishima, porque inspira-me o suicídio. Edgar da Virgínia.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-20


Página do livro dos googlemas. Foda-se, ó mãe, LIVRO O SANGUE FALA QUE POSSA SER IMPRIMIDO DE GRAÇA, o que é isto? Segismundo.

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Portugalé. Uma agência ética offshore. Segismundo.

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o Antero da carpintaria. deus fez os riachos cristalinos para que, ao debruçar-se sobre o plano da água, qualquer pessoa pudesse verificar aí o rosto da culpa. a mania de lavar a cara surgiu na sequência de, ao saciar a sede, alguém ter observado a sua face reflectida na superfície aquática e não ter gostado do que viu. o rapaz escutou-o ao mesmo tempo que, com o amparo dele, recebeu a trave nos ombros. passou os braços sobre ela, flectiu as pernas e deu um impulso ligeiro para consertar a canga. melhorou o apoio da trave nas suas espáduas. depois, como uma espécie de Atlas, avançou em direcção ao ribeiro. vai com cuidado, vê bem onde pões os pés, recomendou ele ao rapaz. parecendo carregar um fardo de falcas, o rapaz avançou cambaleante, passou pela plaina e dirigiu-se ao portão traseiro da carpintaria. já do lado de fora, ao aproximar-se do ribeiro, assentou os pés como se estivesse a fazer a prospecção do terreno argiloso. passos seguros. a carregar a trave de madeira como se estivesse prometido à crucificação, o rapaz chegou-se ainda mais à margem do ribeiro. entretanto ouviu-se um silvo, depois o som abafado de um impacto. por causa do barulho ensurdecedor da maquinaria a funcionar, dentro da carpintaria ninguém se apercebeu do sucedido. mais abaixo a água do ribeiro começou a passar turva, primeiro tingida com uma cor barrenta, depois a parecer vinho. foi quando o Antero gritou. O Marquês.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-19


O vento nos ciprestes, ii. De heartless a nameless, uma senda, um sendeiro, talvez até uma vida como as vidas são. Segismundo.

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Carrossel geral. Atendendo tanto aos bens quanto aos males, não se sabe onde acaba a função distributiva e começa a função especulativa. Na prática depende do juízo e da carteira de cada um. Cada um com o seu e com a sua respectivamente. Decorre daí, da capacidade de conjugar-se com a individualidade, parte significativa da resiliência do capitalismo. Da estupidez também. Como o consumo é sentido enquanto acto particular quando não íntimo - e no limite imediatamente após o limiar de sobrevivência ninguém é obrigado a consumir -, tanto os bens quanto os males são transaccionados e pagos, aqueles enquanto mercadoria, estes enquanto valor acrescentado ou custo diferido. É a chamada alegria e depois logo se vê. Antigamente, apesar de menos geral, era muito pior. Comum a agora e antes é nada ser grátis. Segismundo.

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extractos confessionais de Alda Schön, iii. no princípio a mão direita segurava um martelo encostado à têmpora desse lado, a mão esquerda segurava uma foice envolvendo o pescoço também do lado direito. esta imagem significava a liquidação de uma ideologia, a do flanco dextro. no entanto, como todas as outras imagens, não era suficientemente revolucionária. por isso do símbolo passou-se ao acto. aconteceu um estímulo, uma febre, uma intenção, uma vertigem, qualquer coisa combinada com a vontade, não se sabe bem o quê, e as mãos mexeram-se. agora o símbolo preserva apenas as ferramentas, o martelo e a foice. a cabeça e as mãos desapareceram. O Marquês

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-18


Uma gravidez, dizem, é estado para durar entre trinta e oito e quarenta semanas, em meses é só fazer a conta. O alarido em torno de uma piada ou o caraças da senhora dr.ª Manuela Ferreira Leite é excessivo. É verdade que, embora participe com papel destacado na farsa, a criatura não tem jeito para a comédia. Indo por partes, «a certa altura» «seis meses sem democracia» não é mau. Nunca foi. A euribor, por exemplo, que é muito mais importante do que a democracia porque indexa a hipótese de um tecto de muito extracto da fauna gentia - a democracia, por ser de ninguém, é algo entre a casa de putas e a casa de tontos -, há a três, a seis e a doze meses. Há até quem suspenda o cérebro por mais do que seis meses, para arrumar ideias, e depois regresse do pousio em mortório, aliviado, como novo. Daí não vem mal ao mundo. Claro que também há quem vá e não volte. Mas para isso há os socorros a náufragos ou, em casos de gravidade maior, a medicina legal. Consta que os relatórios de autópsia costumam enunciar os motivos do passamento. A política é mesmo assim. Nicky Florentino.

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Well, if a leopard doesn’t change it’s spots. O Filipe é um maso-benfiquista que merece respeito. Segismundo.

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I name this ship the tragedy, bless her and all who sail with her. Às massas. A sociologia é uma disciplina inútil. Não mais do que tantas outras que aparentam e propagandeiam utilidade. Inútil, ponto final. E disciplina. Chamar-lhe ciência é dar-lhe um nome pior. Não é necessário tanto. Segismundo.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-17


O vento nos ciprestes, i. I don’t do mornings. I don’t do weeks. Segismundo.

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melancolia zündapp

# xviii
. o coração tem duas estações, a dor e a mágoa. doer e magoar são os seus infinitos e sentidos perfeitos. Edgar da Virgínia.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-16


O tal que afinal também disse que. Disse o senhor dr. Manuel Alegre: “ainda agora, no dia onze de Outubro, o Stiglitz escreveu um importantíssimo artigo no Le Monde, como eu também várias vezes o disse, defendendo que”.* Não interessa o complemento de «defendendo que». O que interessa é o artigo definido antes do nome de Stiglitz. Porque não foi Joseph Stigliz que «escreveu um importantíssimo artigo publicado no Le Monde», foi «o Stiglitz», mais ou menos como o nosso O Marquês. Mas isto é quase nada. Porque «o Stiglitz» escreveu o que o senhor dr. Manuel Alegre também disse várias vezes. Premonição deste e confirmação daquele, portanto, pois «ainda agora» «o Stiglitz» escreveu como o senhor dr. Manuel Alegre já andava por aí antes de «ainda agora» também a dizer. Enfim, ainda bem que «o Stiglitz escreveu um importantíssimo artigo no Le Monde». Mesmo se o artigo referido é, porque foi, uma entrevista. Nicky Florentino.
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* Diário de Notícias, n.º 50.996, 16.Novembro.2008, p. 4.

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O Octávio Machado que há à solta dentro de cada um de nós para além daquele que há em Palmela. Durante uma entrevista,* perguntaram ao senhor dr. Manuel Alegre: “quais são os ministros que considera mais à esquerda neste Governo? Até para tentarmos perceber quem são as pessoas que efectivamente vê a mais ao lado do primeiro-ministro...”.** O senhor dr. Manuel Alegre respondeu assim: “não vou fazer apreciações dessa natureza. Não quero assistir à degradação da democracia. E uma coisa que degrada a democracia é a confiscação do Estado por interesses poderosos, interesses que não são sufragados”.** Compreendido. Roger, over and out. Nicky Florentino.
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* vide Diário de Notícias, n.º 50.996, 16.Novembro.2008, pp. 2-7.
** ibidem, p. 3.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-15


© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-14


E súbito, porque é subitamente que estas coisas lhe acontecem, enquanto escrutinava umas tábuas de Dürer sobre o apocalipse, sem que algo fermentasse circunstância condizente ou temperasse sugestão alguma, ele recordou já ter visto Marie Gillain em muitos lugares, o inferno incluído. Foda-se. Segismundo.
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acima, fotograma de L’Enfer, filme realizado por Danis Tanović.

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Fodeu-se. Fins bons?, são os fins inteiros, sem remissão. Segismundo.

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máquinas subtis

# ii
. as máquinas subtis não têm operador. sustentam-se com o funcionamento próprio, ininterrupto. são silenciosas as máquinas subtis. delas ouve-se apenas o afundamento dos dentes rombos das folhas de serra, quatro ou cinco, dispostas em paralelo, a talhar a roupa e a lacerar a carne. as máquinas subtis não estão equipadas com um recipiente para recolher o produto e os desperdícios gerados durante a sua operação. os retalhos dos corpos cortados caem no chão e ficam aí até que, ao passar naquele corredor para ir a algum lugar, alguém pega um e o leva consigo. às vezes os animais que passam ali fazem o mesmo. Edgar da Virgínia.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-13


Cinco de outubro sempre. Por acaso alguém testemunhou o intrépido senhor dr. Manuel Alegre a dissertar ou a versejar sobre as gemadas arremessadas recentemente aos governantes da coisa educativa? Nicky Florentino.

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Casta. Em Portugal, bem vistas as coisas, da república aproveitam-se as mamas e nada ou pouco mais. Nicky Florentino.

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Les uns et les autres. Desculpem qualquer coisinha. Será difícil perceber que à responsabilidade exigida aos dispositivos de regulação bancária, mormente ao banco de portugal, não corresponde a desculpabilização de quem teve ou tem comportamentos e práticas canalhas no sector? É que, se houve abusos e crimes no bpn, para além do julgamento de quem praticou tais abusos e crimes, era expectável uma intervenção tempestiva dos dispositivos de regulação bancária que fizesse jus à função respectiva, garantindo o princípio precaucionário que justifica a sua existência, antes de ser necessária a intervenção do braço judiciário do estado. Ou seja, se e quando necessária, a intervenção das entidades reguladoras deve acontecer em tempo e termo oportunos. E isto, por pretender-se tal, sem que haja caução pública para comportamentos ou práticas canalhas de quem quer que seja ou que se exima alguém da sua responsabilidade penal eventual. Será difícil perceber isto? Ou é exigir demais à capacidade de diferenciação das gentes? Nicky Florentino.

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Portugalé. Um salão de jogos e chá. Segismundo.

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Página do livro das evidências, ii. A realidade é uma pauta, uma grande pauta. Segismundo.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-12


Da regulação. Em Portugal é difícil regular bem, o que é que há-de fazer-se? Nicky Florentino.

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Trova ao vento que não passa. O senhor dr. Manuel Alegre para senhor ministro da educação. Já, Argel redux. Ou isso ou que vá versejar sobre estatísticas escolares. Nicky Florentino.

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Página do livro das latitudes, xxi. Após observar-se muitas criaturas paridas por mãe, percebe-se que, não obstante as idiossincrasias respectivas, todas são uma só e um nome, humanidade. Segismundo.

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As minhas confissões a um triturador de papel, x

A miss Parker é uma barbie pagã? Pergunto-te isto, meu amor, para cativar-te a atenção e porque tu é que sabes as coisas complicadas, se - por exemplo - a áfrica do sul é um país ou uma região de um país. Mas tu não respondes, meu amor. Porquê? Deus sugeriu-te a porta do silêncio? A ressaca calou-te? Estiveste tão perto, quase só a um melanoma de tudo - como disseram -, meu amor. Eu continuo aqui. O costume. Já sabes. Um sinal teu, ténue que seja, é quanto basta para incendiar o meu dia.
Miquelina Abóbora dos Santos

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-11


Dead road seven is a bitch. Olhos bem fechados são olhos? Segismundo.

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extractos confessionais de Alda Schön, ii. aconteceu num ápice. depois perguntei-lhe onde posso deixar cair os olhos?, se a tua boca está fechada, se o teu sangue está a correr, mas ela nada disse. não sei se foi por falta de tempo ou se foi por falta de vontade. O Marquês.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-10


Regime perfeito. Em Portugal, ao cinismo gentio corresponde o despudor senhorial e vice-versa. A culpa é solteira, a honra é a congregação de todos. Salve-se quem puder. Há muito tempo que a pátria é um condomínio silvestre. Monda química seria a solução para o problema, não fosse o caso de o regime estar protegido pelo efeito de reserva ecológica. Chamar-lhe estado de direito é um equívoco entre outros. Chamar-lhe república também. Nenhum fosso justifica denominação tão requintada. Nicky Florentino.

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Página do livro das latitudes, xx. Tão absolutos são os relativos quão relativos são os absolutos. Segismundo.

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Ticket to ride, ticket to loose. Ra Ra dez, Rós onze. Segismundo.

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melancolia zündapp

# xvii
. que não subsistam tentações, o coração não é um osso. Edgar da Virgínia.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-09


Abel e Caim. Está bem, os hologramas ficaram a descansar. Está bem, Rui Patrício não abalroa adversários. Está bem, Rochemback vai dos zero aos cem tão devagarinho que não dá mais do que quarenta. Está bem, o plantel do Futebol Clube do Porto não dá para mais. Está bem. Está tudo bem. Muito bem. Certo é que determinados resultados adiam apenas o que é inevitável. Intendente G. Vico da Costa.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-08


© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-07


Teses sobre um regime, v.v. Se não são, os limites mínimo e máximo do processo democrático devem ser a liberdade, não a vontade do povo. Nicky Florentino.

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Portugalé. Demasiado spam institucional. Segismundo.

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Página do livro das evidências, i. Deus é um astronauta. Segismundo.

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melancolia zündapp

# xvi
. que não subsistam ilusões, o coração é uma bomba. Edgar da Virgínia.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-06


E se o regime fosse jurar estar quieto? Senhor Silva uma vez, senhor Silva as vezes outras também. Nicky Florentino.

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Teses sobre um regime, hors-série. No arquipélago da alucinação banana, o processo democrático é o que não é. Nicky Florentino.

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Página do livro dos googlemas. Esta, o divórcio não é o fim do mundo, é como o outro. Quanto a estoutra, quem foi Segismundo do livro da libertação?, ele que se foda, para não haver confusões aqui. Segismundo.

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A discussão. Um lembrava-se da Dalia, outro lembrava-se da Becky, outro outro lembrava-se da Bellucci porque a Chiriqui fazia-lhe lembrá-la. O nome dela, nenhum sabia, é Emmanuelle. Ó, Emmanuelle, tinha que ser. Segismundo.

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As minhas confissões a um triturador de papel, ix

Terça feira a coisa ficou preta, meu amor. E agora?, com o preto azul a ser moda, o que vai ser de ti?, o que vai ser de nós?, que ainda não foi. Até onde estás disponível para ir com o teu sorriso cativante e contagiante? Se quiseres, já te disse antes e repito, vou contigo. Diz-me só se no Alaska faz mais frio do que em Washington dc? Eu sou quente, posso aquecer-te, provocar-te erupções. Das cutâneas não, porque a tua cútis é como tu, bela. Erupções das outras, das boas, das que fazem bem à saúde. Talvez possamos ir também caçar ursos, pardos ou castanhos, escuros, não interessa de que cor ou tom. E matar moscas do vinagre. Não deixei de ter esperança. Um dia ainda hás-de resolver o mundo, como hás-de resolver-me a mim. A propósito, já te falei da miss Parker?
Miquelina Abóbora dos Santos

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-05


Quatro três três menos dois ou três com espectador. Assente-se, “maus resultados não significam que a equipa [do Futebol Clube do Porto] esteja num mau momento”, mister Jesualdo Ferreira dixit. A criatura ainda há-de ser capaz de afirmar «perdemos, mas nada está perdido». Intendente G. Vico da Costa.

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Teses sobre um regime, v.iv.i. No âmbito do processo democrático, a maioria é o modo de desiludir e reificar a vontade do povo. Nicky Florentino.

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Mr. november. Na américa as ideias têm uma força extraordinária. Há de tudo, do bom e do mau, em proporções do antigo testamento, com impacto sobre a ordem e o estado das pessoas e das coisas assim como sobre a mudança ou a transformação de tais ordem e estado. Durante a última madrugada, aqui, no meridiano do rectângulo, ficou a saber-se que um neguinho escanzelado vai ser o próximo mister mundo, confirmando-se o vigor do seu slogan de campanha, yes, we can. Muitos asseveram tratar-se de um momento histórico. Talvez seja. A partir de janeiro próximo, o commander in chief norte-americano será um baap e não um wasp. Um baap é um nigger nada ou pouco cocksuckermotherfucker, consta que um espécime de uma minoria dentro de uma minoria. Nicky Florentino. Ao contrário do que muitos pretendem, não surpreende a eleição de quem será o futuro hóspede da casa branca em washington. De facto na américa as ideias têm uma potência extraordinária e suplantam ou transformam ocasionalmente as forças duras da ordem e do estado das pessoas e das coisas. Atente-se no caso seguinte, para perceber-se que a madrugada anterior não confirmou algo que mereça ser classificado como excepcional. Recentemente um canal de cabo emitiu um documentário sobre fulanos estacionados no corredor da morte em prisões norte-americanas, a aguardar a execução da sentença respectiva. Embora todos exalassem algo que atraía e fascinava as mulheres, um deles destacou-se dos restantes pelos factos expostos adiante. Um dia, fresco no cárcere, ele recebeu a visita de uma das psicólogas do estabelecimento prisional. Ela de um lado das grades, ele do outro lado. Ele olhou-a nos olhos e ela sentiu de imediato um efeito de domínio que não consegue explicar. Uma força misteriosa vencia-a. Recorreu ao repertório de tácticas psicológicas, recomendadas para situações do tipo, mas ele controlou o encontro. Ela tentou estabelecer um diálogo com o condenado, para cumprir um procedimento institucional qualquer - redigir um relatório sobre o fulano ou não sei quê -, mas, às tantas, ele informou-a que apenas com a força do pensamento conseguia intumescer o pirilau e suscitar-lhe a ejaculação. Ela duvidou, provocou-o e ele dispô-se a provar a sua capacidade naquele instante. Em dois minutos a erecção estava consumada, em oito minutos ocorreu a purga de sémen. Isto sem qualquer estímulo físico, manual ou de característica outra, e mantendo ele um diálogo fluente e não lascivo com a interlocutora durante mais de sete minutos. Exposta perante prodígio tamanho e a evidência de quão podia a ideia daquele homem sobre a matéria, a psicóloga abdicou do emprego público - na sequência tornou-se proprietária de uma oficina de automóveis -, para poder envolver-se afectivamente com o condenado, tendo contraído matrimónio com ele. Mudança implica tesão, é o que é. O que significa que, se alguém duvida da potência das ideias (e dos afectos) na américa, não é com o que aconteceu ontem que pode considerar-se esclarecido. Quando comparado com a proeza do condenado, entretanto executado, o que aconteceu ontem é uma banalidade. Uma viúva atesta-o. O morto, esse, era tão ou mais escuro do que o mister Obama. Segismundo.

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Página do livro dos googlemas. Vamos lá a ver, homes estranhos, aqui, somos todos. Até a Eliz B., quando aparece, é. Segismundo.

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Nação valente. No fundo, no fundo, mesmo, isto é tudo nosso. Ou seja, somos accionistas forçados da desgraça alheia, modo de a afirmar privada. Quando toca a dividendos ou a distribuição de lucros é obviamente tudo diferente, tudo muito sa. Segismundo.

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extractos confessionais de Alda Schön, i. nunca pergunto qual é o caminho, vou simplesmente. assim previno a provocação de aviso ou de testemunhas. no entanto, asseguro, a causa deste comportamento não é mais a precaução do que a vergonha. embaraça-me pedir indicações e às vezes muito necessitada estou delas. vou simplesmente, caminho aproximando-me e sondando o que é o meu destino. sei previamente qual é, tento ser rápida, o mais rápida que for possível. e evito deixar rasto. depois são as coisas que mato à bruta, nos poços, nas luras. basta-me uma oportunidade, não necessariamente a melhor. O Marquês.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-04

Teses sobre um regime, v.iv. A vontade do povo é uma ficção necessária do processo democrático. Nicky Florentino.

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Página do livro dos googlemas. OS DANADOS não são uma banca ~> são uma família, ia cum caralho. Segismundo.

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Guilty as charged. O caso é estritamente doméstico, sem moral e sem gosto. A mãe acusou-o, muito gostas tu de comer sozinho. A acusação é falsa. Não obstante ele não consegue defender-se, porquanto a defesa implica fundamento. Isso ele não tem, não pode invocar. Pelo que a acusação maternal falha a prova, mas sobre a falha da acusação e mais falha a defesa dele. Seja como for, atrasos testemunhados e ausências documentadas no rol das refeições indiciam-lhe a culpa, não o motivo cujo nome é gosto. Segismundo.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-03


República d’Hergé. Talvez o senhor eng.º José Pinto de Sousa possa dizer com propriedade que o bpn é um banco tintim, dos sete qualquer coisa até aos setecentos milhões de euros. Nicky Florentino.

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Teses sobre um regime, v.iii.ii. Enquanto o projecto democrático é inclusivo, o processo democrático é tendencialmente exclusivo. Nicky Florentino.

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Caso de aplicação alargada do método cartesiano. A expressão «legalidade duvidosa» é duvidosa. Tão duvidosa quão a expressão «supervisão» aplicada a funções do banco de portugal. Mas está bem, isto é portugal, é tudo duvidoso, muito duvidoso, incluindo o que é certo, porque por cá parece que só se supervisiona o que se visiona, que é o que está à mostra ou é exibido, não o que está ou é ocultado. Na prática, em portugal supervisão significa constatação de evidências. Mais ou menos como as alimárias e as azémolas diante da manjedoura. Ou há palha ou não há palha e ouve-se o regougo reclamante das bestas porque não há palha, a demandar palha e sem culpa ou responsabilidade por não haver palha, porque devia haver palha. Segismundo.

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& Mary Chain. Feedback é o nome de um reflexo complexo. Segismundo.

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Jesus. Off é um estado, não é um estádio ou uma carpete. Segismundo.

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Serenidade, um só fado, uma só morna. Um banco vai ser nacionalizado, o banco de portugal não se sabe bem o quê, anda para aí, um ror de empresas anuncia quebra acentuada da produção - em consequência da diminuição da carteira de encomendas respectiva - e pondera dispensar mão de obra, amanhã ou McCain ou Obama na terra dos índios e dos cowboys. Enquanto isto, esta semana, algures entre as treze e as catorze horas, hora de almoço, a tsf passa a playlist de Dany Silva. Segismundo.

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máquinas subtis

# i
. naquele corredor largo e longo, as máquinas subtis são as máquinas que matam com simplicidade. folhas de serra, quatro ou cinco, dispostas em paralelo, em movimento simultâneo e lento porém alternado, deslizam sobre o tecido, golpeando-o em profundidade crescente, até à erupção do sangue, até à cesura da carne. ninguém sabe quem instalou as máquinas ali, na passagem para todos os lugares. quase toda a gente recorda-se delas desde sempre, desde que tem memória. mesmo quem não recorda as máquinas desde sempre, recorda os destroços dos corpos, a carne fresca retalhada todos os dias, que é a consequência da sua presença ali, naquele corredor, passagem para todos os lugares. Edgar da Virgínia.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-02


© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2008-11-01


Schiffbruch mit Zuschauer. A semana passada o Futebol Clube do Porto foi derrotado no seu reduto pelo Leixões Sport Club, que tomou a dianteira da liga sagres. Esta noite foi derrotado na Figueira da Foz e ultrapassado na tabela classificativa pela Associação Naval 1.º de Maio. Cada vez mais espectador de um naufrágio com espectador, o mister Jesualdo Ferreira não é uma metáfora. O Sapunaru, o Benítez e o cebola mole também não são. Estamos mesmo fodidos, é o que isto significa fora da filosofia de Hans Blumenberg. Intendente G. Vico da Costa.

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© Francis Picabia, Jésus-Christ Rastaquouère, Paris, 1920.

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2003/2024 - danados (personagens compostas e sofridas por © Sérgio Faria).