A cidade pequena fora d’horas. Ele é doente. Isto é dito sem fingimento ou remorso. Na maior parte do tempo, ele julga que vive dentro de uma banda desenhada. É um modo infantil de tolerar-se e de garantir a sua harmonia com o cerco. Poderia assobiar, é certo, mas tal faz muito barulho. Para além disto, a banda desenhada tem desenhos e parece menos real do que a vida, a puta da vidinha de todos os dias mais ou menos filhosdaputa. Às vezes, mais eufórico, ele também julga que vive dentro de um filme. Num ou noutro caso, é assim porque ele sente a vantagem da translacção entre a realidade e a ficção. Na ficção ele julga-se o
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