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Albergue dos danados

Blog de maus e mal-dizer 

2007-12-23


Livrete dos anjos sujos, v. Durante muito tempo, Sylvia Horvath padeceu noites de insónia frequentes. Sobreviveu a todas, a maior parte noites largas, mas, justamente porque lhes sobreviveu, envelheceu precocemente, no espírito, não na carne. Em muitas dessas noites de insónia o seu sono era arrombado por um sonho estranho que, mesmo depois de ela acordar, continuava a correr. As primeiras vezes que isto sucedeu, Sylvia esfregou as pálpebras, tentando descongestionar a visão. Porém percebeu que, por mais esforçada que fosse a sua tentativa de descoalhar os olhos, a revelação onírica continuava a acontecer. Foi assim que muitas vezes ela testemunhou uma chuva torrencial de leopardos albinos. Sentia-os a rondar a sua cama, ouvia os rugidos, a garras a tocarem o soalho do quarto, sentia a sua respiração, o seu bafo. Em noites de maior sobressalto, a chuva era de tigres com dentes de sabre, também brancos, os tigres. Uma ou outra vez, circunstância rara, sonhou com chuva de baionetas. Diferente do que acontecia com os felinos, que desaceleravam a queda à medida que se aproximavam do chão, acabando por o tocar com souplesse, as baionetas espetavam-se com fragor no soalho do quarto. Na única vez que Sylvia se aventurou a desafiar o sonho, levantando-se e saindo da cama, uma dessas baionetas cravou-se na sua clavícula esquerda. Ceifou-lhe a raiz da asa. Atingiu-lhe o coração. Eliz B.


2003/2024 - danados (personagens compostas e sofridas por © Sérgio Faria).