2015-11-30
Escala de Derrida, ii. O tempo esfrega-se nas pessoas, passa. Dessa erosão resulta o esquecimento. Chegará o dia em que, pela inexorabilidade da ardência existencial, alguém já não é, sequer o seu nome resistirá. Desaparecerá. Transformar-se-á numa palavra apagada, palavra pela qual tanto e sobretudo existiu. Segismundo.
2015-11-28
Alguém que consegue não estar. Ele está ali, estupefacto, focado no brilho da pantalha, com sintonia caída no canal cinco, correspondente à sicn. O assunto, que é autenticamente um não assunto, é o mister Lopetegui. O Futebol Clube do Porto foi a aveiro bater um emblema de tondela. Um, zero. Resultado sofrível, exibição menos do que isso. Às tantas, em discurso a galope, um dos comentadores de serviço alude a «matilhas de pássaros». O choque interrompe-lhe o estupor. Em contrição súbita, ele satisfaz-se com quase nada. Apesar de tudo - tudo é o vasconço -, três pontos são três pontos. Cada um com a sua tristeza. O resto que se foda. G. Vico da Costa.
2015-11-16
Da frente política. Há mais de um século, Kraus condensou com elegância bruta, “der Parlamentarismus ist die Kasernierung der politischen Prostitution”,* a sentença precisa destes dias de governo vai que não vai na pátria ditosa. Nicky Florentino.
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* “o parlamentarismo é o aquartelamento da prostituição política” (in Karl Kraus, Sprüche und Widersprüche, München, Albert Langen, 1909, p. 97).
2015-11-09
Escala de Derrida, i. É fulcral, portanto verbal, a distinção entre o «a vir», o «por vir» e o «que vem». Segismundo.
2015-11-02
Página do livro das latitudes, xxxix. Não há incompreensível, há incompreensão, sob a forma de incompreensões. Segismundo.
2003/2024 - danados (personagens compostas e sofridas por © Sérgio Faria).