afinal estávamos todos mortos
a gaja das mamas grandes não tinha umas mamas assim tão grandes, descomunais, pá. descobrimos o facto por acaso, depois de termos visto o último dos irmãos coen. facilitámos, foi a conclusão. enganámo-nos mas é difícil chamar engano ao que é nosso e é nosso por culpa nossa. facilitámos, pois, então, que é como quem diz demos-lhe uma vantagem imerecida. no filme a gaja era sueca, judia e amiga das drogas. na realidade emprenhámos pelos olhos. pareciam maiores do que, de facto, eram. nenhum mal para o mundo não fosse o caso da desilusão. como foi possível?, nenhum de nós sabe a resposta. parece até que, no fim de contas, entre todos nós, nenhum é apreciador de mamas grandes ou de gajas com mamas grandes. facilitámos, foi o que foi, este foi o consenso que conseguimos. e não falamos sobre o assunto ao telemóvel. anda meio mundo a escutar o outro meio mundo e vice-versa, o que faz o mundo inteiro. se a minha maria soubesse, desabafou um deles o temor. ela sabe. contei-lhe. e ela massacra-o, não pelo engano, pela facilidade. ela chega a ser cruel quando exige falar a sério com ele, o que sucede quase sempre. nunca facilitar, esta é a regra. pelos menos não facilitar como nós facilitámos, que facilitámos mesmo sem ser por desejo ou avidez lúbrica. como ela sabe da história, ameaçou deixá-lo. tem umas mamas mais ou menos, é o acorde entre nós. um dia destes digo-lhe. por nada. provavelmente ela já sabe. mas é para ser eu a dizer-lhe. pode ser que ela o deixe definitavamente. Edgar da Virgínia.