<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5515885\x26blogName\x3dAlbergue+dos+danados\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://alberguedosdanados.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://alberguedosdanados.blogspot.com/\x26vt\x3d-7878673483950887896', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>
Albergue dos danados

Blog de maus e mal-dizer 

2009-06-16


A deus, por permitir-me a graça da transgressão. Vezes muitas, talvez demais, a verdade é um assunto clínico. Como os conceitos, deus habita o cérebro. Promanam daí, da ideia congestionada, as minhas fadigas e os meus acidentes maiores. Choro quando me dizem ou prometem que o capitalismo há-de falir. Depois recomponho-me e rio. Sou resistente. Tenho em intenção o esboço do manifesto do epicurismo burguês. O motivo é simples. Os portões das quintas impressionam-me. Os homens da segurança também. Mas as fardas deles incomodam-me. São demasiado padronizadas e limpas, urbanas, enfim. É com esforço que me liberto do preconceito e da necessidade. Por algum motivo nunca fui fatalista. Estimo-me livre e culpada. Basta-me a culpa para salvar-me. Os meus vizinhos, ela e ele, têm vergonha da culpa. Ostentam apenas a roupa e o carro. Cochicham no elevador, para não se ouvir o que dizem. Têm a culpa dos tristes, que não podem assumir. Ele, por exemplo, não toma banho todos os dias. Onde o gel falha, percebe-se-lhe o cabelo oleoso. Ela carrega no blush e pinta as unhas. Provavelmente são postiças. Nunca os vi com as mãos entrelaçadas. As pulseiras dela chocalham, vibram o choque metálico. Às vezes as gravatas dele têm nódoas. Quando subo no elevador, vou de frente para ela e ele, para contemplar o par. Assumo a culpa. Não sou voyeur. A viúva.


Enviar um comentário

2003/2024 - danados (personagens compostas e sofridas por © Sérgio Faria).