# iii. como se este tempo fosse de esperas. não é. transeuntes. aconselho-lhes o fim. a narrativa da presença, quase uma história da comparência, e o programa da sua superação. exorto-os ao fim, à violência que o fim exige. o tédio impede o futuro, a anestesia social e as ficções que lhe estão associadas estendem o presente. insisto, alerto-os. o exercício da crítica, o ensaio, o manifesto, a acção. incentivo-os, o fim será nosso. o sistema resiste, resiste como organismo entranhado na carne, feito corpo. a doutrina é mais do que o enunciado de uma possibilidade, é a necessidade expressa e o apelo do impacto. o capitalismo sustenta o regime, a indústria sustenta o regime, a vigilância sustenta o regime. pronuncio o fim de modo a acordá-lo na paixão de quem passa. lapidar automóveis, lapidar tudo o que é móvel, tudo o que, pela dinâmica, ilude ou permite iludir o fim. o fim é o horizonte pelo qual a revolução é redentora. a força precipita-se para aí, a violência cresce sem se ver. é necessário implodir a ordem, porque a ordem sustenta a ilusão da animação. o tédio persiste, sem remoção. os corpos resistem brandos, presentes. a presença é alienação, o fim é emancipação. o sobressalto começa. haveremos de acabar, acabar todos. somos muitos, haverá sempre quem sobreviverá. não pode haver sobreviventes. haverá sobreviventes. o fim consumir-nos-á. a insubmissão estorva a revolução, porque suscita dúvida, segregação. o fim é um processo de arrumação, é a operação ontológica definitiva. haverá sobreviventes. é para eles a crónica possível destes acontecimentos. Edgar da Virgínia.