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Albergue dos danados

Blog de maus e mal-dizer 

2009-04-17


Problemas de herança. Há uns tempos, enquanto herdeira do meu zombie querido, calhou-me na rifa um exercício de curiosidade em português com açúcar sobre a frase quinta da página cento e sessenta e um do livro que estivesse mais próximo de mim na circunstância. Como livro com páginas tantas raramente está próximo de mim, hoje, sem exemplo, correspondo à curiosidade alheia. O que significa que algures abaixo está a tal frase. É contar. Não respeito a cláusula sete do contrato da curiosidade. Nunca fui respeitadora que se possa dizer grande. Aprendi esta mania com o meu zombie querido. A viúva.

“[arrui]nado, mantinha aquele passatempo de espreitar, como uma velha, com receio e acinte. Graças à solidão, desenvolvera uma certa agudeza de animal e pôde ver o mulherio no escuro como outro olhar nenhum teria visto.
Não se veio a saber se foi por medo de que estivessem a fugir sem ele, se porque um tal mistério o seduzisse, que Manuel Firmino, o Sapas, as seguiu. Guardou distância mesmo quando elas se internaram pela mata, até que em certo ponto do percurso se sentiu sufocado pelas ramadas que lhe pareceram frias, de cetim. E, imaginando grandes flores carnívoras, desatou a gritar que o socorressem, com um choro de criança caída em lodaçal.
A uns duzentos metros de distância, as mulheres detiveram-se, agarradas, mas o grito, passando nos ouvidos, logo se transmudou aos corações, sendo, como era, tão ameninado. Contrariando Berta, que teimava em ser aquilo o som de cria predadora, logo as outras tornaram para trás, com chamamentos, com consolações. Quando deram com o Sapas, que gemia, riram-se e abanaram-no. Estavam envergonhadas pelo ludíbrio e, no entanto, agradecidas ao destino que assim lhes punha um homem no caminho, ainda que fosse um homem, ao que tudo indicava, pronto para renegar os artigos de fé logo ao primeiro bofetão do inimigo”.*

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* Hélia Correia, Insânia, Lisboa, Relógio d’Água Editores, 1996, p. 161.


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