Censura. A edição de hoje do Público (n.º 6913, 7.Março.2008, pp. 2-3) dedica algumas colunas ao facto de a acta da assembleia da república referente à sessão de quinta-feira passada não conter a transcrição de uma recomendação feita pelo senhor deputado José Eduardo Martins, da trupe parlamentar social-democrata, ao senhor deputado Afonso Candal, da trupe parlamentar socialista, para que fosse para a cesta acima da gávea, sofrer as tormentas do mar crespo. Por outras palavras, consta que, no hemiciclo, durante um debate, aquele senhor deputado dirigindo-se a este outro senhor deputado terá dito «vai para o caralho». Ora, queiram relevar qualquer coisinha, mas «vai para o c...», que é como surge estampada a recomendação do senhor dr. José Eduardo Martins no jornal, não é «vai para o caralho». É que «c...» não é «caralho». Ipsis verbis, «caralho» é «caralho». Pelo que parece incoerente e pouco rigoroso o modo como o caso foi tratado pelo Público. Aguarda-se pronunciamento do senhor provedor do leitor respectivo sobre gravidade tamanha. Nicky Florentino.