o senhor dr. Medeiros Branquinho. olho os amantes, desfolho-os com conceitos e métodos clínicos, e desejo-lhes o mal que conheço e posso, a doença. não intenciono que morram, intenciono que sofram. quero que tenham outra cor, mais pálida ou amarela, por causa da anemia ou da hepatite, um passe-partout negro e largo em torno dos olhos, os lábios em tom desmaido ou gretados, o cabelo baço ou oleoso e ralo, cáries, rugas e pregas na pele, feridas e cicatrizes visíveis, erupções cutâneas e borbulhas, celulite, varises, fossas cardíacas falíveis, elas com vaginismo e menstruação prolongada e dolorosa, eles com enxaquecas, ressacas, impotência ou ejaculação precoce e mau hálito. as felicidade e saúde alheias entristecem-me. não é por acaso que evito as terapias que confortam ou recuperam os meus pacientes. alegra-me vê-los sofrer. apenas isso me alegra. não era diferente quando ainda estavas casada comigo. então, mesmo ao teu lado, apesar de ti, eu já era feliz. agora continuo. O Marquês.