A idolátrica, o seu esplendor. A coisa de uma mulher à mostra, em concreto ou em representação, ainda assusta muita gente. Por isso o problema verdadeiro de um agente da psp ou de qualquer mortal simples que não se mete em afigurações é o estupor que acontece diante de uma representação da coisa da mulher. Que é mais ou menos o mesmo estupor que acontece diante da própria coisa, a coisa mesma, ela, ali assim, em frente dos olhos, à mão de semear. Que fazer com aquilo? Encarar o demónio? Pôr-lhe os dedos em cima ou dentro? Beliscá-lo como se se estivesse a descascar um tremoço? Atiçá-lo com massagem digital? Lambê-lo? Mordê-lo? Embutir-lhe recheio em vaivém? Ou, por cautela, ir apreender uns quantos livros cuja capa reproduz um quadro de Courbet? A imaginação é fulgurante. A estética é que é fodida. Engana-se quem julga que ser agente da psp diante de uma representação da coisa da mulher é empreitada fácil. Porque não é. Nunca foi. A viúva.