o senhor Albuquerque. vamos facilitar as coisas, tu vestes um vestido de noite, eu levo casaco e gravata. acendemos a lareira, encomendamos uma pizza, bebemos vinho de uma garrafa cara. também podemos optar por hamburgueres. big mac é o que preferes, não é? o vinho mantém-se, não abdico do vinho. bebemos café, tu descafeinado, que não sei se é café. vemos um filme, uma comédia romântica, nada de Woody Allen. eu ponho o meu braço sobre os teus ombros. depois conduzo o carro porque sou homem e tu podes chorar porque és mulher e costumas emocionar-te no cinema. eu passo a mão pelo pára-brisas, para o desembaciar, e tu guardas as mãos entre as pernas, como um miúdo envergonhado, por causa do frio. eu ligo a chauffage. fumamos, tu sg lights, eu marlboro - deixei as cigarrilhas. circulamos devagar, espreitamos a lua e os néons da cidade, vemos as montras e as putas encostadas à parede nas esquinas. se tudo correr bem, tu não gritas e eu não te magoo. O Marquês.