Lúcia no céu, ii. Diante a crise, o senhor eng.º José Pinto de Sousa só não quer ser acusado de, enquanto senhor primeiro-ministro, nada ter feito ou de ter ficado quieto. Este indício de frenesi não é augúrio bom. Entre outros motivos porque a criatura não parece incomodada com o facto de, por fazer algo ou mexer-se, poder agravar a situação da pátria ditosa e, por efeito de cúmulo, do mundo. Por um lado, isto tem o seu quê de compreensível. O que é que o fulano há-de fazer pior? Mas, por outro lado, isto é de suscitar apreensão, por ser sabido que há morrer do mal - que é a crise - e há morrer da cura - que é o colégio governamental socialista a fazer algo ou a mexer-se. Imagine-se o senhor eng.º Mário Lino a esfregar as mãos e a bater os pés como quem dança sevilhanas. Ou o senhor doutor Manuel Pinho a fazer contas de cabeça e a prova dos nove com os dedos. Ou o senhor dr. Alberto Costa a abanar a anca e a fazer piruetas. Ou o senhor ministro do ambiente, do ordenamento do território e do desenvolvimento regional, que ainda deve existir, a fazer prova de vida, vá lá, esfregando ou piscando os olhos ou assim. Nicky Florentino.