Then we take Berlin, i. Estás a olhar os teus pulsos e a perguntar o que podem sofrer mais. As mãos parecem-te demasiado estranhas, fora de ti. Ao mesmo tempo, através delas, a corda que te maniata traz-te uma sensação dolorosa e uma concepção que já conheces. Liberdade é folga, todavia não é folga que desejas. Neste instante ambicionas mais do que isso. Queres que a corda se transforme num instrumento teu, seguro, nas tuas mãos. Não obstante percebes que isso não irá acontecer. Mudas o plano da resistência. O embate começará mais atrás, no teu reduto, admites. Não estás preparado para tal, ninguém está preparado. Mesmo assim esperas o impacto. E chega-te uma esperança nova através da espera. A duração da espera torna-se a primeira linha da tua defesa. Fia assim a ilusão que te sustenta. Começas a libertar-te das coisas. Antes que a corda ceda ou o aperto em torno dos teus pulsos afrouxe, livras-te das mãos. Soltas-te como podes. A dor persiste, mas deixa de dominar-te. Agora és tu que te dóis. Segismundo.