Política macha. O João tem razão. A lei orgânica n.º 3/2006, de vinte e um de Agosto, é estúpida. Não tem razão é em pretender que tal diploma, eufemisticamente conhecido como lei da paridade, “na prática, menoriza a condição feminina”. Se a menoriza, não a menoriza mais do que já é menorizada por um conjunto de dispositivos culturais e sociais que fazem com que haja muito menos mulheres do que homens em posições políticas relevantes, escrutinadas por eleição ou nomeação. Ou seja, a lei referida é estúpida mas não mais do que o estado actual da realidade política pátria. E, que raio, como é que as quotas aumentam o caciquismo? Essa é de bradar. Pois, em termos de impacto imediato, a consequência da implementação do dispositivo das quotas é forçar o recrutamento de criaturas que, mais por efeito de factores de discriminação do que por vontade, antes estavam além do limiar de atenção e de consideração dos recrutadores partidários. Neste sentido, o dispositivo das quotas aplicado a listas a submeter a sufrágio não aumenta o caciquismo. Investigações várias demonstram precisamente o oposto. Quanto muito, transforma-o. O que não é necessariamente mau. Excepto para os cabras machos que não são menorizados pela realidade existente, mesmo quando, como agora, são recrutados por motivos clientelares, de patrocinato ou caciquistas. Porque, seguro, a política é mesmo assim e só pode ser assim, macha. Nicky Florentino.
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Eu sou contra as mulheres na política por uma razão: Deolinda Simões.