Uma questão de buracos. Aconteceu. O subprime, a bolha, pum. Engenho ou areia demasiada para a carroçaria, ganância ou excesso de ganância, défice ou ineficácia de supervisão e de regulação. Catrapum foi o resultado. Não obstante os apelos à serenidade feitos pelas autoridades competentes - competentes no que concerne à apelação, claro está, porque quanto ao resto é o que está à vista -, as bolsas de valores estão a bolsar. Encerram as jornadas com índices negativos. Perdas. Talvez perdas e perdas, sa. O costume. Acima, abaixo, um, dois, direita, esquerda, três, quatro, esquerda, direita, cinco, seis, going down, going seven up. Mercado, estado, estado, mercado, pim, pam, pum. Economia, dizem. É mesmo assim. Enfim, há narrativas que explicam o que não era possível prever.* Mas o que é que é possível prever?, não é? Nos buracos é que estão os ganhos. Segismundo.
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* É possível encontrar uma de tais narrativas, por exemplo, em dois livros de Ronald S. Burt, Structural Holes: The Social Structure of Competition (Cambridge, Harvard University Press, 1992) e Brokerage and Closure: An Introduction to Social Capital (Oxford, Oxford University Press, 2005).