no regresso do cinema. à frente pronunciava-se um segmento de estrada longo. ela dominava o automóvel, mão esquerda no volante, mão direita sobre a alavanca das mudanças. ele tentou tomar-lhe esta mão. espera, enxotou-o asperamente, tenho que meter a quinta. ele recolheu a mão, enrolando os dedos na sua palma, como se apertasse e guardasse aí o testemunho de uma culpa inesperada. perante a recusa dela, a carícia que tentara perdera-se subitamente no instante da tentativa. o automóvel continuou a cortar a noite e alguns metros adiante, agora é que já podes, ela consentiu-lhe o gesto, depois de atropelar um gato. O Marquês.