O Bosingwa faz muita falta, mas o cérebro faz muito mais, bis. “Foi um jogo equilibrado durante os noventa minutos”, disse o mister Jesualdo Ferreira sobre a partida de futebol que, ontem, decidiu a supertaça. Talvez tenha sido assim. O desnível do resultado importa pouco. Porém isso não explica o facto de o Futebol Clube do Porto ter alinhado apenas com nove jogadores, quando deveriam ser onze. Hologramas a fazerem de defesas laterais, embora possam fazer de conta, não contam. Seja como for, os nove elementos em campo deviam saber jogar à bola em equipa. Não estarem ainda entrosados não é justificação digna para a exibição que fizeram. Aliás, o problema não foi tanto os tais nove não se revelarem entrosados quanto parecerem praticar futebol de galáxias distintas. Note-se e reitere-se, a diferença não foi de escala menor, planetária – uns de marte, outros de vénus e o mister Jesualdo Ferreira de outro lado qualquer, porque a lua estava parcialmente eclipsada. A diferença foi de escala suma, galáctica. Acresce que, por consequência disso, salvo nos primeiros minutos, durante o tempo restante da partida nunca foi evidente o esquema táctico do Futebol Clube do Porto. Sequer o sistema de jogo adoptado. Percebia-se que havia uns jogadores que tentavam atacar, outros jogadores que tentavam defender e nada mais que fosse discernível ou não fizesse lembrar esse desporto supremo, com estatuto olímpico, chamado curling. O facto de Lucho González ter desperdiçado e o modo como desperdiçou um penalty assinalado à três quinze pelo árbitro é o epítome da partida e da desgraça. Enfim, já se suspeitava que o caso não iria ser bonito, mas não tinha que ser tão mau e triste. Coisa à slb. Intendente G. Vico da Costa.