Jogatina. Em Portugal, a volta institucional do futebol é próxima de tudo o que suscita asco - e não, isto não é uma alusão à competência do mister Jesualdo Ferreira, que já é pungente qb. Acabada uma prova longa, um campeonato, rodam ainda as consequências do fim, do tempo de compensação, do prolongamento, dos pontapés da marca da grande penalidade e o mais que os processos e os dispositivos impérvios permitem. Os órgãos do regime das coisas da bola, que em grande medida são o que os seus membros são, contribuem para o lodo, para o perfume a latrina. Até em relação às suas decisões é possível dizer que a bola é redonda. Portanto, fora do hectare relvado ainda há jogo, esconso, rançoso, mas jogo. A propósito, o senhor Jorge Nuno Pinto da Costa não sei o quê, toda a gente sabe, veio nos jornais. Até a senhora dona da saia com um lagarto pintado ajudou ao libelo e à acusação. Mas, depois, prova definitiva, a valer, arrumada, a contar, derradeira, como a bola dentro da baliza, nada. O que não significa que o senhor presidente do Futebol Clube do Porto tenha a virtude papal que isenta de erro e seja tão imaculado quão a virgem santíssima antes de parir. Nada disso. Seja como for, é comovente o facto de até no jogo rasteiro, do matraquilho de gabinete alcatifado, no jogo rançoso da espera e da mama à conta, onde se jogam pareceres e recursos e expedientes de croupier afins, o grémio do pássaro e pluribus unum ter sido derrotado. De facto, merecia sorte melhor. O mister Jesualdo Ferreira, por exemplo. Seguramente que haveria de fazer uma boa dobradinha com o senhor Rui Costa nos jogos da taça uefa. Intendente G. Vico da Costa.