O tipo de violência doméstica que os jornais não noticiam. Primeiro manietou-o, mãos nas costas, como um condenado. Ele consentiu. Os maridos tendem a consentir. Depois ela deitou-se e, lambe-me as feridas, queres?, ofereceu-lhe o corpo. Ele debruçou-se com dificuldade sobre ela. Antes ajoelhou-se. Ela abriu as pernas. Ambos nus. Ele começou a passar a língua sobre a pele dela, perseguindo-lhe as cicatrizes. Peito, torso. A manobra não era fácil, o peso dele impedia-o de movimentar-se consoante a vontade. Ela colocou uma mão sobre a cabeça dele, empurrando-a, ao mesmo tempo que deslizou o seu corpo sob o dele. Quando ele estava ao nível do umbigo, ela empurrou ainda mais a cabeça dele. Ele correspondeu ao gesto dela, arrastou o corpo, para evitar o excesso de pressão na sua cabeça. Agora ele estava apoiado sobre o seu peito apenas. Ela permanecia diante dele, com as pernas abertas. Ele esticou o pescoço e meteu outra vez a língua fora da boca. Ela fechou as pernas e, com as duas mãos, agarrando-lhe o cabelo com força, puxou-o contra si. Ele debateu-se, tentou soltar-se. Ela, enganei-te, isso não é uma ferida, guloso, asfixiou-o e gemeu, como as mulheres às vezes gemem, de gozo. O Marquês.