comporta lohengrin. ela estava sentada no segundo degrau, com o corpo guardado no escuro, vendo-se só os seus pés, assentes sob a luz que a porta que dava para a rua deixava passar. ele entrou em casa e fechou a porta ainda com um sorriso na face. os teus pés, a interrupção de tudo, pensou ele. ficou assustado. levou a mão ao peito, ao flanco do coração. não a antevia ali. a sombra crescia com a escada, apenas o patamar antes do primeiro degrau estava exposto à penumbra. ela ali, ele prenunciou a espera e a acusação. tinha consciência da falta que havia cometido. por isso, sem adiantar qualquer passo, diante dos pés dela, sabes?, não decido a ausência, ela acontece-me, tentou esquivar-se da culpa. havia vários insectos sobre os olhos dela, que a sombra não permitia ver. ela nada disse e mais insectos aproximaram-se dos seus olhos, atraídos pela respectiva brancura. Edgar da Virgínia.