Straussmachine. Não consigo pensar em Stockausen e em azul ao mesmo tempo. Não consigo. A mãe estendeu-lhe uma mão, tentando emprestar-lhe tranquilidade. Somos reais?, é isto que pergunto, disse com a voz exaltada. A mãe agarrou-lhe a cabeça e aconchegou-a contra o seu peito. Somos reais, claro. Não sentes que estamos agora aqui?, tens alguma dúvida sobre a nossa identidade neste momento e neste lugar? Ele acalmou-se um pouco e soluçou. Não, mãe, mas ninguém consegue responder-me e tenho fome. Que mal é que eu fiz? A mãe embalou-o, como se fosse uma criança, e apertou ainda mais os braços em seu torno. Sê realista, meu filho, necessitas conhecer o teu sangue, é isso, apenas. Depois afrouxou o abraço e libertou um dos braços. Como?, mãe, quis ele saber. Há apenas uma forma de o conheceres, soltando-o. Ele afastou a cabeça do peito da mãe e procurou-lhe os olhos. Mas, sem fazer uma ferida em mim, como?, mãe, insistiu ele na pergunta. A mãe não respondeu. Estava concentrada num gesto. E, com a adaga que agora tinha na mão, degolou-o. O Marquês.