O major Billabong. Segundo o folclore local, os seus olhos eram negros e, não obstante, brilhavam no escuro. Conta-se também que inventou um jogo sem qualquer propósito de saber quem o venceria. Despia dois rapazes, com porte idêntico, e sentava cada um deles num dos bordos de um barco frágil que havia no lago contíguo ao pântano. Atava-os de igual modo, com corda e nós semelhantes, a pontos simétricos do barco. Quase sempre o barco pendia ligeiramente para um dos lados. Para lhe restituir o equilíbrio, ele chegava-se ao rapaz do lado mais afundado e fazia-lhe um rasgo na carne, para o sangrar, esperando conseguir, assim, compensar o peso excessivo verificado naquele bordo. O jogo não era fácil. Porque, depois de perceberem o seu sentido, os rapazes, o cortado e o outro, começavam a tentar libertar-se, agitando o barco. Ao princípio, não precavido, ele tentou resolver o problema com ameaças e bofetadas. Tais expedientes não surtiram o efeito pretendido. Por isso alterou as condições do jogo, sofisticando-o. E, nas vezes seguintes, sempre que os rapazes começavam com a agitação, ele afastava-se, assobiava para lhes chamar a atenção e abria uma comporta situada na margem do lago, de onde se precipitavam três crocodilos, um para cada um deles e o outro para estimular a concorrência entre os répteis. Fosse por isso ou por qualquer outro motivo, quase sempre os rapazes deixavam de abanar o barco, tentando, assim, garantir a sua sobrevivência. Porém, que seja sabido, com maior ou menor adesão dos rapazes às regras, o jogo nunca acabou bem para qualquer deles. O Marquês.