O jogo à la Lavoisier. Em ordem dita democrática, a política pública é um exercício crescentemente superficial. As reformas regimentais tão apregoadas tendem a não surtir. Porque não pode atingir-se o osso, ai, os interesses queixam-se, as reformas ditas redundam em operações cosméticas. É verdade que o estado deixou de ser o pináculo da ordem democrática presuntiva. Não por acaso agora fala-se muito em governança ou governância, tentativas de tradução da palavra governance. Mas o que fica por dizer é que, por isso - e, antes, decorrente de causas várias -, o governo tenta resumir-se à condição de croupier. Nada cria, nada perde, baralha e dá de novo. Quase sempre o mesmo, mais racionado e segundo outra matriz de rateio. Daí a sensação que os gentios têm de estar a viver cada vez mais em regime game over. E sem direito a terminação sequer. Nicky Florentino.