O império zandinga. Muito antes de ter jogado futebol com uma camisola axadrezada, Isaías, numa passagem do Livro da Consolação (Isaías, capítulo quarentaeum, versículos vinteedois e vinteetrês), revelou a sua intrepidez ao instar os deuses falsos nos termos seguintes. “Apresentem-se e anunciem-nos o que vai acontecer. Narrai-nos as vossas predições do passado para que prestemos atenção; anunciai-nos o futuro, a fim de podermos verificar o seu cumprimento. Anunciai os acontecimentos futuros e saberemos que sois deuses. Fazei qualquer coisa, para que possamos ajuizar e ver”. Em parte, alguns economistas são como as criaturas instadas pelo profeta. No princípio, antes do verbo, preescrevem o porvir, mais ou menos como o adivinho da história do Astérix, mas com algarismos e vírgulas. Dá ares de coisa parecida com a matemática. Com frequência, porém, o futuro acontece diferente do que foi estimado. Pelo que, depois, adiantada a marcha sobre o tempo que há-de vir, lá vêm eles, os alguns economistas, porque são quem sabe de economia e dos seus números, rever em alta ou em baixa, depende, os palpites anteriores. E tudo continua certo como antes. O que significa que Isaías, coitado, é um profeta fora de moda. Por acaso alguém ouviu falar dele desde que deixou de jogar futebol? Não e eis porquê. Nicky Florentino.
said...
É pá, como texto especulativo, excelente. Como observação sobre as obrigações telúricas dos economistas, péssimo, E isto é dizer pouco, na ausência do pressuposto de que o caríssimo Nicky é do "gang" dos sociólogos.
Sim, porque é fácil chamar economista a quem não faz mais do que jogar nas baixas (provocadas algumas) e nas altas. comprando numas e vendendo noutras, Mas, às vezes. fodendo-se.