<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar/5515885?origin\x3dhttp://alberguedosdanados.blogspot.com', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>
Albergue dos danados

Blog de maus e mal-dizer 

2007-11-13


Ressureição. Arrombou a porta com estrondo. Depois vociferou. Não sei se os odeio. Nunca os amei, isto é certo. O ódio é um sentimento demasiado forte, demasiado exigente, mais do que o amor. Por isso julgo que não os odeio. Se nunca os amei, se nunca consegui amá-los, e em muitos momentos até teria sido fácil amá-los, julgo que não os odeio. Não obstante isto, não lhes perdoo. Quando tomei o veneno e me escondi sob o sobrado, na cave, foi para morrer. Deviam ter-me deixado morrer. Deviam ter-me procurado fora de casa, por aí, no bosque, nas ruínas do moinho, atrás dos muros que contornam as fazendas, nas margens da ribeira, nos locais onde os suicídas tentam o seu destino. Não deviam ter revolvido a casa, a nossa casa, do sótão à cave. Não deviam ter partido as tábuas do soalho para me resgatar. Deviam ter-me deixado a asfixiar no vómito negro, que era o meu vómito, o vómito do meu coração moído. Deviam ter-me deixado partir. Deviam ter-me concedido a liberdade que escolhi, ir. Deviam ter-me esquecido. E, antes, muito antes, fez um compasso de espera para agravar a voz, não deviam ter-me baptizado com o nome Lázaro. O Marquês.


2003/2024 - danados (personagens compostas e sofridas por © Sérgio Faria).