Pastoral malus. Como as noites de novembro, as maçãs estão frias. Ainda assim a fome aproxima-as da boca. É deste modo que começa o exercício. Os dentes rasgam e moem a sua polpa. A língua constata a temperatura baixa. No instante de tornar o frio mais íntimo, no súbito da contracção faríngica, acontece a sensação de Holofernes a ser degolado por Judite. Depois passa. E o ciclo repete-se. Uma, outra vez e outra vez mais a sensação de ser o corpo no qual um corpo estranho, és tu?, Judite, confirma a sedução, o engano e a culpa. E tudo isto porque no princípio era a fome. Segismundo.