A filha da costureirinha. Era uma vez uma menina muito pequena. Tinha braços e pés pequenos. Tinha pernas e mãos pequenas. Os dedos eram pequeninos também. Actualmente ela continua a ser uma menina muito pequena, mas já vai à escola. Deixou de brincar com bonecas. Agora espeta as agulhas nos meninos, não importa de que tamanho, não nas bonecas. Aproxima-se dos rapazes, o tamanho não a assusta. Ajeita a saida. Faz beicinho. Há sempre um que vem. Então ela chega-se ainda mais junto dele e espeta-lhe uma agulha, na barriga, numa mão, num braço, numa perna, na cara, na cabeça, no coração, onde ela quer. E, antes de fugir, para, afastada, dizer a oração de voodu adequada ao caso, já te fodeste, pá, diz ela com a sua voz de menina muito pequena. O Marquês.