Aquela máquina. Era uma máquina sem dono e sem função reconhecida ou útil, um mecanismo adiposo que exercia um fascínio difícil de explicar. O mais aproximado que pode ser invocado para aclarar o caso é o efeito de uma espécie de magnetismo orgânico, que atraía vigorosamente a carne. Sem domínio, o corpo cedia. A resistência era impossível. O corpo era arrastado, inteiro ou parcelarmente, até à máquina. Uma vez tangida, o corpo era envolvido pela máquina, dentro da qual era destroçado, literamente destroçado, por uma força centrífuga brutal, para garantir a sua lubrificação. Após cada corpo, porque a máquina não podia parar, sucedia outro. O Marquês.