O mundo é nosso amigo. Do espólio das cartas católicas, epístolas não paulinas, faz parte a missiva de são Tiago a uma dúzia de tribos da diáspora, não se sabe bem quais. Começa ele por exaltar as provações e glorificar os humildes e os sofridos, porque, sustenta, a ascensão é um trilho árduo e doloroso. O que faz da privação e do opróbio diante de deus as condutas abençoadas para o levantamento e a reputação celeste. É o discurso «pela miséria salvar-te-ás», sugerindo a graça pela desgraça. Típico. Mas por volta do meio da carta referida é o desvario. Ditou são Tiago, “quem quiser ser amigo do mundo torna-se inimigo de Deus” (versículo quarto do capítulo quarto). O que significa que deus, o mor dos amigos imaginários, afinal, tem muitos inimigos. E o que explica por qual motivo o pastio sideral, o departamento oposto à câmara dos suplícios, é frequentado por vivalma. Deste ou outro mundo. Segismundo.