culpa, uma categoria ideológica. A verdade é que a culpa é necessária. Sem culpa atribuída não é possível a redenção. Mas a redenção que importa não é a de quem a quem foi atribuída a culpa. Alguém com culpa é alguém com culpa e deve sofrer em conformidade. Deve suportar a reparação da grei e do espírito que lhe corresponde, deve expiar o seu erro, a expensas suas. Por isso, através da atribuição da culpa, mediante a cobrança social do erro, a redenção que releva é a redenção dos outros, a comunidade. Alguém deve ser apontado, há quem deva sofrer, para que os outros possam celebrar a normalidade e, na sua ilusão, lograr e confirmar a própria desculpa. Sem isso não é possível a conciliação entre culpados e desculpados, não é possível a comunidade. Foi com estas palavras que Thomas Holtz encerrou a sua conferência. Depois perscrutou o auditório e, focando o olhar sobre a fila dianteira, perguntou quem foi?, acrescentando o aviso há um castigo para aplicar. Ninguém respondeu ou correspondeu. Quando não é possível apurar e atribuir a culpa a alguém, sofrem e sofrerão todos. O Marquês.