Todos os condes. A teelvisão exibe mais do que oculta. Ou seja, mostra e monstra mais do que esconde. Atente-se. Num programa de entretenimento perguntaram qual é o primeiro nome de Толстой (Tolstoi, no écran). Ofereceram quatro hipóteses, uma e apenas uma correcta. Alguém escolheu a hipótese Лев (Liev, no écran). Tóing!, errado. A resposta correcta é Алексей (Alexei, no écran). E, sem mais, indiferente e deferente, o entretenimento continuou, porque, em teelvisão, tempo é dinheiro. Алексей Николаевич Толстой não é Лев Николаевич Толстой. E vice-versa. Para além disso, o que é que isso interessa?, não é? A distância entre Алексей e Лев é quase um alfabeto inteiro e não haveria de ter havido dois (ou três ou mais) Толстой. Mas houve. Um, Алексей, escreveu ficção científica. O outro, Лев, escreveu romances de desventura e osso. Ambos estão mortos. Lê-se mais este último, dando-lhe mais existência do que ao outro, talvez porque escreveu livros com mais páginas. Sabe-se lá. Seja como for, de ciência certa, a teelvisão é que sabe qual é o primeiro nome de Толстой, Алексей. Não o Алексей Константинович, que, esse, é outro Толстой, poeta lírico, e em teelvisão as coisas não podem ser complicadas. Segismundo.