Rien. Repete-se o panorama. Os jardins secos. Os felinos indolentes. As vozes vagas, como se estivessem a débito de uma mágoa quase solene. As sombras escassas. Ocasionalmente o grito de um cachopo que se lança sobre a piscina improvisada e o som da água ferida pelo corpo do cachopo. Depois outro e outro e mais outro. Continua. O grito de uma mulher madura a acompanhar, para cuidado dos cachopos. O trânsito automóvel morto ou quase morto na rua. A zoada do ar condicionado, quase íntima. Um número não conhecido no telemóvel, uma, duas, três, quatro vezes. Rien. Os tontos do costume, fascinados com as raparigas e as mulheres que passam e como passam. Salivam como os cães de Pavlov. Roçam as costas da mão contra os lábios, para os enxugar, sem a elegância do homem Martini. Cospem sobre o talho imperfeito da calçada que elas pisam. Alguns frutos caídos sob a copa das árvores, fermentam. Ao longe silhuetas distorcidas por uma temperatura de miragem. A esplanada vazia. Devíamos viver numa cave. Ou voltar à aldeia. Segismundo.