O próximo cuidado. Uma voz. Antigamente tudo era claro. Havia imagens nas águas que corriam com demora, aí apenas. Não havia outras imagens. O que se podia alcançar era alcançado pela percepção. Os olhos desenhavam um círculo e, a partir daí, sucedia-se essa forma, infinitamente. Não que estivesse nas coisas, no mundo, não. Sucedia-se através da percepção, projectando-se círculo após círculo, primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto, sexto, até ao limite ou além. Hoje estes mesmos elementos são uma ficção sobretudo. Tudo é mais claro do que antigamente. Tudo é mais circular também. Agora a claridade e o círculo são uma entidade única, o avesso do mesmo corpo. A luz fecha-o. A sombra continua a persegui-lo. Não há saída. É ainda a mesma voz. Segismundo.