<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5515885\x26blogName\x3dAlbergue+dos+danados\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://alberguedosdanados.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://alberguedosdanados.blogspot.com/\x26vt\x3d-7878673483950887896', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>
Albergue dos danados

Blog de maus e mal-dizer 

2007-05-16


A expiação do ciúme. Estavam no centro da sala, exactamente no centro, porque a forma da sala era circular. Ele segurava-a com firmeza. Uma mão sobre as suas costas proporcionava que, durante a dança, encontrassem os torsos. Ele liderava os passos. Quase todos observavam o casal com emoção. A sala era faustosa. Irrompiam figuras celestiais e ornamentos magníficos da parede, celebrando, com detalhe e a talha dourada, a opulência própria das armas da estirpe dela. As janelas eram rasgadas de baixo a alto e guardadas por cortinados bordados esplendorosamente. Quase todos observavam o casal com emoção. Friedrich Kurtz era o único presente sem padecer esse abalo emotivo. Por isso, quando o candelabro de cristal que iluminava a sala se abateu sobre os dançantes, perante a consternação quase total, mais do que qualquer outra pessoa, Friedrich aproximou-se dos corpos prostrados sob o lustre. O sangue estendeu-se em mancha sobre o soalho, contornando-lhe os sapatos. Os corpos, dela e dele, iam ficando exangues. Ele jazia. Ela, chocada, ventilava com dificuldade evidente, através de sopros cortados e curtos. Sem que alguém se apercebesse, simulando socorro, Friedrich separou-lhes as mãos. Depois retirou do peito dela um pendente do candelabro que aí se havia cravado, ao mesmo tempo que lhe deixou perceber a sua presença ali. O corpo dela estremeceu, como se indiciasse uma tentativa de esquiva. Os seus olhos arregalaram-se. Sem esforço, Friedrich manietou-a, fingindo continuar o seu cuidado. Depois debruçou-se sobre ela e murmurou-lhe sim, fui eu, meu amor, não foi um acidente. E, vigiando-lhe a agonia, guardou-a até expirar. O Marquês.


2003/2024 - danados (personagens compostas e sofridas por © Sérgio Faria).