Acácia, meu amor # xx. Tranquilidade... Há muito tempo que não dizia esta palavra, tranquilidade. Que significa a alma sossegada pela carne, o corpo apaziguado pela sua dieta. Sabes?, após a consumação de cada vítima acontece-me uma espécie de plenitude. Não sei explicar, mas é como se fosse a conformidade com o cerco, com o alimento, com a tua fibra, meu amor. Com tudo, como num reencontro de alguém consigo mesmo, numa exactidão impressionante, em que, excepto tu, ninguém mais é necessário. Sei que não será sempre assim. Sei que, depois, um dia virá a falência, virá um princípio novo. Virá a inquietude, pela fome ou pelo instinto. Antes, porém, reservo-me sobre ti, meu amor. Com a indolência e a tarde morna, sou contigo. Até que a noite me acorde o desejo ou a necessidade. Eliz B.