You and me and the devil makes three *. A gravidez pode acontecer involuntária ou contra a vontade. Não obstante todos os cuidados, desde a ingestão da pílula em dobro - como outrora fez a senhora Doutora Maria Filomena Mónica -, não vá uma das drageias estar avariada ou ter sido afectada por alguma gota de água benta, até à camuflagem do pirilau com uma manga de latex impermeável à semente jorrada pelo entusiasmo do macho, a coisa pode dar-se. Ora, caso a coisa se dê, ao contrário do que é tão apregoado por algumas tendências, não é aí que começa a humanidade, porque, assim, estritamente físico e químico, tal começo é semelhante, por exemplo, ao dos cães. Onde começa a humanidade é no controlo sobre as consequências do encontro sexual. Por outras palavras, uma coisa é a reprodução animal da espécie, a hidráulica e a biologia associadas ao acto de trucatruca. Outra coisa é a reprodução controlada e consentida da espécie, sob um princípio de juízo - chame-se-lhe consciência, se se preferir. E outra coisa ainda é um gajo e uma gaja trucatruca apenas pelo trucatruca, don’t need no other, lovin’ baby *, sem qualquer propósito de estenderem a raça e, portanto, previamente precavidos contra essa hipótese. É por isso que não faz sentido apregoar a gravidez obrigatória, assemelhando a condição da mulher à condição das fêmeas de qualquer outra espécie. Segismundo.
* versos da canção «Didn’t leave nobody, but the baby», um dos cânones do bluegrass.