Pode ser que não. Gentes pro «não» no próximo referendo estimaram numa porrada de milhões de euros, vinte ou trinta, o que o estado teria de pagar se as mulheres decidissem abortar por conta de uma cláusula qualquer do serviço nacional de saúde. Admita-se que assim será. Porém, se tais gentes clamam «não» pela vida porque só deus a pode dar e tirar, porque a dignidade da vida humana começa com a consequência imediata da investida dos espermatozóides sobre o óvulo ou porque não sei quê, como manifestaria o Segismundo, concedam-me o obséquio, não me fodam com contas de mercearia, fodam-me com motivos. Nicky Florentino.