È un’ingiustizia però! Ao contrário do que é celebrado frequentemente, não é de descartar a hipótese de o sistema de justiça funcionar e funcionar bem. Atente-se. Nem é bom nem é bonito sentir-se que putativos manhosos ou meliantes não são sancionados na medida certa e em tempo oportuno em sede de juízo togado. Mas antes isso do que a sua condenação popular, a rogo da turba ou dos plumitivos da comarca. Ou seja, se o sistema de justiça não condenar porque, por circunstâncias sistémicas, não pode condenar, isso é a justiça a funcionar bem. E antes isso do que o arbítrio e a volubilidade das simpatia e sanha gentias. Por bem, a soberania do povo esgota-se num juízo político circunstancial, aquando as eleições. O povo não legisla. O povo não administra. O povo não julga. Legisla-se, administra-se e julga-se em nome do povo. O que, embora substantivamente diferente, parece o mesmo. Ainda bem. Assim, em ilusão, os gentios (con)vivem melhor. Porém insatisfeitos. É da sua raça. Nicky Florentino.