Coroadministração. Actualmente por que é que surge sensato o propósito de disciplinar as finanças da administração autárquica? Porque, em rigor, os mecanismos de responsabilização dos autarcas são ineficazes. Ou seja, as eleições não surtem o efeito desejado, assim como não funcionam as tutelas institucionais. O que significa que o que é dito povo, nas suas diversas segmentações territoriais, é estúpido. E que os dispositivos extra-locais de controlo da acção dos autarcas são ou frouxos ou incompetentes. Ora, como não há coragem para fazer este tipo de constantação crua, invoca-se a necessidade de controlar o défice orçamental e, a coberto dessa necessidade, tenta limitar-se o espectro de discricionariedade dos senhores autarcas, designadamente dos senhores presidente de Câmara Municipal. O que, sendo má desculpa, parece obedecer uma boa intenção. Mas é apenas mais uma volta, mais uma corrida, no fosso chamado Estado da sentina chamada Portugal. Nicky Florentino.