Canção do dia. Por sugestão do senhor presidente da República, que nos sabe anjos e em pureza, para além de sumamemente virtuosos e capazes de todo o bem, cante-se, a uma só voz, enunciando a luz e o caminho. O título da canção é «Cantem!, paspalhões, cantem!».
Nós, os tugas, somos bons rapazes
e não gostamos de corrupção.
Amamos a pátria e, como audazes,
por ela é o nosso coração.
Viva a República!, que nada nos detém.
Nem a inveja nem a cobiça nem o raio do vintém.
Nós, os tugas, não somos pela conveniência.
Somos heróis, às vezes zarolhos, às vezes ranhosos.
Mas sempre pela verdade e sã convivência.
E nunca, nunca mesmo, conseguimos ser manhosos.
Viva a República!, que nada nos detém.
Nem a inveja nem a cobiça nem o raio do vintém.
A nossa pátria chama-se Portugal.
E, bem, rima com o nosso bornal.
O Aníbal, ó farol!, é o nosso grão guia.
É ele que ele nos vale tão grossa maquia.
Viva a República!, que nada nos detém.
Nem a inveja nem a cobiça nem o raio do vintém.
Somos portugueses, somos fregueses.
E dizemos, desde antes os franceses,
não à corrupção, não à revolução.
Porque basta-nos o circo, se com vinho e pão.
Viva a República!, que nada nos detém.
Nem a inveja nem a cobiça nem o raio do vintém.
Viva a República!, pois, que não somos vilões.
Desde o tempo das barcas que vamos para além.
Mas se, como dizem, é para marchar contra canhões,
desculpem lá, meus senhores, escolham outro quem. Nicky Florentino.