Paradigmas, i. A gaja boa. Surgiu na ponta da rua. Bamboleava. Jingava. Sem hula hoop. A temperatura estava para chinelos ou sandálias, mas, nos pés, ela não estava com a temperatura. Calçava saltos altos. Ainda assim, pisava o chão como se ele abrasasse, em passos curtos. No mais percebia-se-lhe o calor no corpo. Mini-saia. Alças. O umbigo via-se intermitentemente, à cadência dos passos. Lançou o cabelo negro longo para trás com as mãos, uma, duas vezes. Não encarou o outro, simulou soberania. Olhou para o vidro para, pelo reflexo, perceber se o circunstante a desejava, se olhava para ela. Ele não revelou qualquer remorso, não olhou. Ela atenuou o ritmo dos passos. Quase deixou de jingar. Segismundo.