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Albergue dos danados

Blog de maus e mal-dizer 

2006-07-15


O livro das fugas


ii. A esquiva

Grito hemorragia!, hemorragia! e olham-me com espanto. Não derramo sangue, não agonizo. Dou pulos, dou saltos, aviso. Afio o gume da lâmina. Dou cambalhotas e faço acrobacias com as mãos. Continuam a olhar-me com espanto, como se fossem testemunhas da transubstanciação, em mim, do juízo em loucura. Apenas ela se aproxima e diz sossega, estou aqui, venho buscar-te. Reajo, mas quem és tu?, eu não te reconheço. Depois grito, grito sobretudo para os outros, sou uma pedra de xadrez!, pedra de carne!, não jogo à macaca! Dou um passo atrás, afastando-me dela, e digo-lhe foge, foge que eles vêm aí agora, estão a aproximar-se, foge antes que te embarguem. Mas ela fica e estende-me a mão, disposta a colher-me, parecendo expressar uma cumplicidade através do gesto que não sei se é cumplicidade. Os outros, não obstante a aproximação, permanecem a uma distância significativa. Então clamo epidemia!, epidemia! E ela repete sossega, estou aqui, venho buscar-te. Mas eu não me entrego. Também não vou com os outros. Simulo a corrida, saio. Eliz B.


2003/2024 - danados (personagens compostas e sofridas por © Sérgio Faria).