Twilight zone. Entrou na área de serviço. Queria um café, apenas um café, nada mais. Por ali, provavelmente é o paradigma da procura simples. Nada mais, reitere-se. Do outro lado do balcão, do lado da oferta, porém, ninguém. Lançou para o ar uma voz de atenção, de rogo, tipo ó saxavor ou algo parecido. Repetiu a voz três, quatro vezes, em crescendo de tom. Ninguém surgiu. Aquilo parecia uma área de serviço fantasma. Súbito surgiu-lhe a imaginação, saltar para o outro lado do balcão e servir-se. Não hesitou. Saiu de cena, dizendo caralho foda isto tudo e dando uma cacetada numa máquina qualquer, de bolas ou o caraças. Voltou ao carro. Arrancou sem que, para além de si, qualquer alma tenha dado sinal de vida naquele cenário que lhe fez lembrar Nighthawks de Hopper, mas sem gente. Segismundo.