Há faena e fanecas no hectare, vi. Portugal venceu Angola, mas não convenceu. Praticou futebol durante cinco minutos, depois estendeu-se em espasmos e ausência. Isto é, depois do golo marcado, os scolaritos praticaram um futebol xaroposo, de ranço, em modo tédio. Um futebol de ninho, de caga no ninho, de espera. Praticaram um futebol pólen, de acidente, tipo coisa levada por vento ou por abelha, casual, sem programa, tipo barata tonta. Um futebol de polícia sinaleiro, de guarda de passagem de nível, sem graça, pusilânime, quieto. Praticaram um futebol em pretérito perfeito, para esquecer, não em gerúndio. Ora, o futebol competente é uma composição de carrossel, controlo e domínio do que leva e traz a bola. É um futebol que gira e faz girar, sol, governo, que dita a bola. É um futebol leopardo, que procura carne, carne vermelha, viva, golo. Mas, não, os onze escalados inicialmente por Scolari e os outros que, por substituição, entraram não foram mais capazes do que de um futebol koala, arrastado, indolente, zombie, como se fosse chão saturado de eucaliptos. Uma merda. Uma tristeza. Uma exibição de futebol de enconar, não no sentido viril, mas no sentido de encanar a perna à rã. Dizem que foi a primeira partida e tal. E daí? Uma partida de futebol, qualquer que seja, é sempre a primeira. Repetições há, mas apenas na teelvisão memória. Conde Isidoro.