Deixai vir a mim os petizes conquanto não andem descalços, não estejam ranhosos ou não insistam em orbitar à volta do senhor prior tipo borboleta a marrar contra a lâmpada. Segundo a edição de hoje do Público, um senhor prior, antigo director da Casa do Gaiato de Setúbal, deu uma bofetada a um puto - com cinco anos de idade, diz-se -, por, apesar de previamente avisado, persistir em importuná-lo quando ele afirmava a não veracidade de uma acusão do ministério público sobre maus tratos a infantes naquela instituição. O homem explicou-se assim, “não lhe dei um estalo, bati-lhe com a mão, para ele se ir embora”. Por outras palavras, a dissuadora chapada na tromba do cachopo “não foi um mau trato, foi um bom trato”. E para que não se esqueça o enquadramento e a antecedência da lambada, o bom homem fez ver a luz à testemunha com esta dissertação, “não me viu antes agarrá-lo ao colo, acariciá-lo e beijá-lo? Sabe quem faz isso? É um pai”. A doutrina não é inédita ou esotérica. Há para aí um juiz de um tribunal superior que disse mais ou menos o mesmo. Segismundo.